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Enviada em: 21/06/2018

Madre Teresa de Calcutá disse uma vez que, o dever era uma coisa pessoal e decorria da necessidade de se entrar em ação. No entanto, nos dias de hoje, inúmeras pessoas, defendem que exercer a cidadania é apenas votar, ser votado, ter direitos políticos. Porém, ser cidadão vai além do voto, abrangendo também o combate à violência contra os animais. Assim, nota-se que aspectos macrossociais confluem para essa problemática no país.       A priori, observa-se a intenção do agressor de machucar um animal, causando-lhe dor e sofrimento de imediato. Segundo o jornalista Benjamin Franklin, o menino que se indigne diante dos maus-tratos aplicados aos animais será bom e generoso com os homens. Dessa forma, muitas crianças e adolescentes que agrediram seus animais domésticos já presenciaram violência em casa. Prova disso são os animais maltratados encontrados em moradias em que houve antecedentes de abuso físico. Por conseguinte, esses jovens vulneráveis a agressões domésticas são mais propensos a serem malvados com os animais de estimação. Dessa maneira, as grandes mudanças começam dentro de casa, a partir do reforço de certos valores familiares.      Outrossim, percebe-se que o grande obstáculo para o bem-estar animal é uma legislação que nem é colocada em prática, uma vez que, ela permite que o agressor saia livre da delegacia assinando apenas um termo de compromisso e, mesmo que condenado a uma multa e não pague, não pode originar prisão, no máximo, o nome fica sujo, segundo o advogado Mário Martins da Aliança Internacional do Animal. Em vista disso, essa lei fomenta a impunidade e ajuda a manter uma cultura de descaso frente à segurança dos animais. De acordo com o professor da UFRJ Daniel Lourenço, necessita-se aumentar a pena do crime de maus-tratos com a finalidade de o infrator sofrer penas maiores nos casos mais graves. Assim, haverá mais prisões e menos pagamentos de multas.    É incontendível, que a persistência dos atos é fruto da violência intrafamiliar e de uma legislação pouco eficaz. Portanto, cabe às escolas junto aos pais dos alunos, elaborarem um projeto escolar, recorrendo a equipes educativas capazes de realizarem palestras sobre esse tema, a fim de reforçarem valores que fortaleçam os jovens como sociedade para reduzir os maus-tratos de animais. Além disso, o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com Organizações Não-Governamentais Ambientais, deve criar campanhas de prevenção da crueldade contra os animais, como a campanha Abril Laranja, na internet e em rede sociais o ano todo, com o objetivo de divulgar que, ao cometer tal barbaridade, a infração possa resultar até mesmo em prisão. Só assim a consciência individual dos cidadãos será estimulada para fazerem escolhas que não maltratem os animais.