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Enviada em: 30/07/2018

Durante a Antiguidade Oriental, os animais eram considerados divindades sagradas, sendo associados à ideia de deus, como Anúbis, deus da morte, que possuía cabeça de chacal. Entretanto, na contemporaneidade, muitos são vítimas da violência e da ganância dos seres humanos, haja vista que são maltratados e submetidos a atos de abuso, a exemplo o abandono e a biopirataria. Embora a legislação atual contemple os direitos desses seres, muito ainda há de ser feito para garantir sua dignidade.        Karl Marx, filósofo alemão, ao analisar a sociedade burguesa em ascensão, acreditava que o sistema capitalista valorizava lucros em detrimento dos valores. De fato, ao analisar a indústria cultural, principalmente àquela voltada para o público infantil, percebe-se que pouco se tem cuidado com o produto oferecido. A cantiga de roda "Atirei o pau no gato" ilustra bem essa realidade, pois, mesmo que de maneira inconsciente, influencia na construção de um juízo de valor em que maltratar os animais não tem problema - quando, na realidade, sim. A crueldade praticada contra esses bichos se tornou, nos últimos anos, um dos temas mais debatidos e divulgados pela mídia. A frequência dessas ações serve de constatação para a ineficácia da legislação brasileira atual.       Não é incomum se deparar com situações evidentes de maus-tratos: animais abrigados em gaiolas pequenas, sem a mínima condição de higiene; proprietários que agridem, torturam ou alimentam de forma inadequada, levando a inanição, entre muito outros. Nesse mesmo contexto, as práticas relacionadas à caça e à pesca predatória, muitas vezes sobre o pretexto de "esporte", são responsáveis pela retirada dos animais de seu habitat natural para serem traficados ou virarem troféus e artigos de luxo, o que acaba culminando na extinção de várias espécies.        Torna-se evidente, portanto, que crimes como esses não podem mais serem tolerados em uma sociedade que se considera civilizada. Em primeiro lugar, cabe ao núcleo escolar promover atividades que visem o contato das crianças com os animais, seja fazendo visitas técnicas a abrigos de bichos domesticados ou até mesmo zonas de hipismo, sobre assistência de um veterinário e de um domador, ensinando aos mais jovens noções sobre respeito e cuidado. Ademais, é papel do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em conjunto aos policiais que protegem as fronteiras do país, acirrar as fiscalizações de carga e denúncias ao tráfico de animais silvestres e endêmicos, a fim de punir legalmente e de forma eficaz pessoas que tentam contrabandear a fauna. Só assim, com a integração de todos os setores da sociedade, esse impasse poderá ser resolvido e os animais poderão, finalmente, usufruir de seus direitos.