Materiais:
Enviada em: 23/07/2018

Conforme defendeu Voltaire, filósofo Iluminista, os animais são seres providos de direitos e de bem-estar. Entretanto, nota-se um ascensão e proeminência do especismo, no qual o ser humano se considera superior a outras espécies, ignorando os ideais defendidos pelo filósofo e efetivando os maus-tratos. Diante disso, deve-se analisar como a naturalização dessa prática, por meio da banalização da vida e os aspectos econômicos e culturais ratificam essa problemática. De modo à produzir o despertar da sociedade civil perante esse impacto social.        A naturalização dos maus-tratos aos animais é a principal causa dessa adversidade. Isso ocorre devido à banalização da vida que a cada ano que passa é menos considerada, tanto em animais de rua quanto nos domésticos. Sem dúvida, a partir da 2ª Revolução Industrial, o homem começou a ser mais solitário, de modo a adotar os PETs para sua companhia. Em virtude disso, o número de cães e gatos aumentou drasticamente nos centros urbanos, analogamente aos seus respectivos abandonos, tornando-se um hábito comum. No entanto, embora haja um dever constitucional da população perante a proteção dos animais, ainda se vê fotos e vídeos mostrando o oposto. Infelizmente, segundo dados do El País, a proporção de imagens ainda é inversamente proporcional ao número de denúncias, isso evidencia o regresso humano a favor da vida alheia.         Além do mais, observa-se o quão pertinente são os aspectos econômicos e culturais na história homem-animal. Isso decorre da dependência do ser humanos pelo uso dos animais, desde o seu uso na agropecuária, na religião, como no Egito Antigo, na Índia atual e até nas vaquejadas e nos circos. Certamente, a violência na criação de bichos para o abate e para o lazer humano é uma realidade nem sempre divulgada, porém muito recorrente. Do mesmo modo, no filme Água para Elefantes há a agressão de animais em circos, fora das telas, as condições degradantes de vida são copiadas igualmente. Em virtude disso, os interesses pessoais passam por cima dos direitos dos animais e de seu bem-estar.       Torna-se evidente, portanto, que a questão da naturalização, da economia e da cultura são grandes agravantes da problemática. Em razão disso, o Legislativo deve acabar com a falsa percepção de impunidade nos crimes contra os bichos, aplicando penas mais severas e multas mais caras, a fim de reeducar a população por meio da punição. Ademais, o Ministério Público, em parceria com ativistas e ONGs, deve efetuar a castração e o controle de zoonoses em cães e gatos abandonados, investindo também em campanhas midiáticas, para que haja mais denúncias, de modo a encorajar a população. Assim, a sociedade verá os animais na mesma perspectiva de Voltaire.