Materiais:
Enviada em: 17/07/2018

Conforme defendeu Voltaire, filósofo Iluminista, os animais são seres providos de direitos e de bem-estar. Entretanto, nota-se uma ascensão e uma permanência do especismo em que o ser humano se considera superior a outros animais, recusando o direito defendido pelo filósofo. Diante disso, deve-se analisar como a banalização da vida e os aspectos econômicos e culturais efetivam os maus tratos aos animais.              A banalização da vida é um dos principais causadores da problemática em questão. Isso ocorre devido à naturalização da violência contra animais domésticos e "de ruas". Sem dúvida, a partir da 2ª Revolução Industrial, o homem começou a ser mais solitário, de modo a adotar PETs para sua companhia. Em virtude disso, o número de cães e gatos aumentou nas cidades, analogamente os seus respectivos abandonos, tornando-se um hábito comum. Embora haja um dever constitucional da população perante a proteção de animais, ainda se vê em muitas redes sociais fotos e vídeos cujo conteúdo mostra o oposto. Infelizmente, a proporção de imagens ainda é inversamente proporcional ao número de denúncias, isso evidencia a banalização da vida.              Além do mais, observa-se o quão pertinente são os aspectos econômicos e culturais na história homem-animal. Isso decorre da dependência do ser humano pelo uso dos animais, desde o seu uso na agropecuária, na religião como no Egito Antigo ou na Índia atual e até nas vaquejadas e nos circos. Infelizmente,  a violência na criação de animais para o abate e para o lazer humano é uma realidade nem sempre divulgada, porém muito recorrente. Do mesmo modo, no filme Água para Elefantes, fora das telas os animais também são submetidos à condições degradantes de vida, cujos donos são céticos em relação aos seus sentimentos. Em virtude disso, os interesses pessoais passam por cima dos direitos dos animais e de seu bem estar.             Torna-se evidente, portanto, que a questão da naturalização, da economia e da cultura são grandes agravantes  da problemática. Em razão disso, o Legislativo deve acabar com a falsa percepção de impunidade nos crimes contra os animais, aplicando penas mais brandas e multas mais caras, a fim de reeducar a população por meio da punição. Ademais, o Ministério Público, em parceria com ativistas e ONGs devem efetuar a castração e o controle de zoonoses de cães e gatos abandonados, investindo também em campanhas midiáticas para que haja mais denúncias, de modo a encorajar a população. Assim, a sociedade virá os animais na mesma perspectiva de Voltaire.