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Enviada em: 08/08/2018

De acordo com o artigo 32 do Código Ambiental, é crime praticar o ato de abuso, maus tratos, ferimento ou mutilação de animais. No entanto, é possível perceber que, por mais que existam mecanismos legais de proteção à fauna, a prática de violência contra os animais é um problema que transgrede o ambiente familiar, tendo como fatores a falta de compaixão do ser humano e a busca incessante por lucro.     Produzido nos Estados Unidos, o filme “Marley e Eu” tem como foco abordar a relação dos recém-casados John e Jenny com o cachorro de estimação adotado, Marley, enfatizando o zelo da família com o animal até mesmo quando ele age de forma arisca. Entretanto, a atitude de muitos brasileiros vai de encontro à lógica defendida pelo filme de David Frankel, haja vista que, em diversos casos, ao terem que lidar com tais seres, muitos indivíduos mostram-se despreparados e, por se considerarem “superiores”, sentem-se no direito de subjugar a outra espécie como forma "ensinar" pelo medo e pela agressão física. Em 2013, por exemplo, a enfermeira Camila Correia espancou um cachorro da raça yorkshire, causando sua morte, em Goiás.       Outrossim, deve-se ressaltar que a relação degradante entre ser humano/animal não se restringe às residências familiares, uma vez que encontra espaço até mesmo em eventos públicos de grande porte. Karl Marx, sociólogo prussiano, afirmava que o capitalismo prioriza lucros em detrimento dos valores. Tal ideia é atemporal e reflete, pois, a atuação de empresários no que tange à utilização da fauna como forma de obter lucro por meio do “entretenimento”. Em rodeios, eventos normalmente privados, por exemplo, para fazer o animal pular, é amarrada em sua cintura uma espécie de corda, chamada de sedém, que é puxada e apertada pelo toureiro, gerando dor e desconforto no animal, podendo provocar, inclusive, feridas na pele e hematomas no corpo do ser vivo.       Dessa forma, alternativas fazem-se necessárias para combater esses casos de mau trato no país. De acordo com a "ética da discussão" de Jurgen Hermas, filósofo alemão, o ser humano deve buscar, por meio da conversa, formas de debater questões morais e éticas. Sendo assim, família e escola, por meio de conversas e rodas de discussão, respectivamente, devem,  por meio do diálogo, mostrar à criança os prejuízos trazidos pela agressão à fauna, enfatizando a necessidade de se respeitar e preservar a vida do ser vivo, evitando, assim a formação de possíveis futuros agressores. Além, ONGs  ligadas à causa ambiental, tal como a Corrente do Bem Pelos Animais (CBA), instituição responsável por proteger animais vitimizados, devem, por meio das redes sociais, divulgar os casos identificados de maus-tratos, facilitando, dessa forma, a localização e a posterior aplicação de penas ao autor do crime.