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Enviada em: 08/08/2018

Desde a Antiguidade Oriental, os animais eram considerados divindades sagradas, sendo associados à ideia de deus, como Anúbis, deus da morte, que possuía cabeça de chacal. Entretanto, na contemporaneidade, muitos são vítimas da violência e da ganância dos seres humanos, haja vista que são maltratados e submetidos a atos de abuso, a exemplo, o abandono e a biopirataria. Sendo assim, embora a legislação atual contemple os direitos desses seres, muito ainda há de ser feito para garantir sua dignidade.        Karl Marx, filósofo alemão, ao analisar a sociedade burguesa em ascensão, acreditava que o sistema capitalista valorizava lucros em detrimento de valores. De fato, ao observar a indústria cultural, principalmente àquela voltada para o público infantil, percebe-se que pouco se tem cuidado com o produto oferecido. Nesse cenário, a cantiga de roda "Atirei o pau no gato" ilustra bem essa realidade, pois, mesmo que de maneira inconsciente, influencia na construção de um juízo de valor em que maltratar os animais não tem problema - quando, na verdade, sim. Desse modo, a crueldade praticada contra esses bichos se tornou um dos temas mais debatidos e divulgados pela mídia. A frequência dessas ações serve de constatação para a ineficácia da legislação brasileira atual.       Logo, não é incomum se deparar com situações evidentes de maus-tratos: animais abrigados em gaiolas pequenas, sem a mínima condição de higiene; proprietários que agridem, torturam ou alimentam de forma inadequada levando a inanição, entre muitos outros. Além disso, as práticas relacionadas à caça e à pesca predatória, muitas vezes sobre o pretexto de "esporte", são responsáveis pela retirada desses animais de seus habitats naturais para serem traficados ou virarem troféus e artigos de luxo, o que acaba culminando na extinção de várias espécies.        Torna-se evidente, portanto, que crimes como esses não podem mais serem tolerados em uma sociedade que se considera civilizada. Em primeiro lugar, cabe ao núcleo escolar promover atividades que visem o contato das crianças com os animais, seja fazendo visitas técnicas a abrigos de bichos domesticados ou até mesmo zonas de hipismo, sobre assistência de um veterinário e de um domador, ensinando aos mais jovens noções sobre respeito e cuidado. Ademais, é papel do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em conjunto aos policiais que protegem as fronteiras do país, acirrar as fiscalizações de carga e denúncias ao tráfico de animais silvestres e endêmicos, a fim de punir legalmente e de forma eficaz pessoas que tentam contrabandear a fauna. Só assim, com a integração de todos os setores da sociedade, esse impasse poderá ser resolvido e os animais poderão, de fato, usufruir de seus direitos.