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Enviada em: 27/08/2018

A obra cinematográfica intitulada "Rio", de Carlos Saldanha, discorre a respeito de uma arara que foi raptada por contrabandistas. Apesar de toda a subjetividade, ficção e realidade estão intimamente ligadas ao tratar-se da forma como os indivíduos tratam os animais a partir do momento que é corroborada a dicotomia existente entre legado histórico e conduta moral. Dessa forma, faz-se necessária uma análise desse hábito tão nocivo, porém já enraizado, além de soluções para combatê-lo.   Considera-se, antes de tudo, que a presença animal no cotidiano da sociedade ultrapassa séculos de história. Egito Antigo e seus deuses com fisionomia de cachorro, Idade Média aliada ao uso de animais na agricultura, Idade Contemporânea e animais de estimação como importantes ferramentas na cura de distúrbios psicológicos e até deficiências físicas são alguns dos mais variados exemplos que ratificam a importância de tais seres. Entretanto, a falta de projetos efetivos que garantam a segurança e bem-estar dos mesmos culmina em uma ótica dominante que perde a oportunidade de gerar um bom relacionamento entre homens e animais. Tal fato é corroborado ao citar o uso de animais no campo científico como cobaias, uma vez que vivem em condições injustificáveis e participam de experimentos que os machucam - de acordo com o jornal "El País", essa prática ocorre em mais de 5%.  Analisa-se, também, como um contexto de práticas violentas com seres indefesos culmina na necessidade de medidas mais rigorosas. Segundo o filósofo Jurgen Habermas, a consolidação de uma "ética da discussão" corrobora para a implementação de âmbitos morais. Nesse contexto, a máxima postulada por Habermas implica na manutenção do âmbito legislativo acerca da problemática, bem como a construção de uma disciplina que vise o fim da imagem dos animais como objetos de utilidade momentânea. Afinal, a construção de um bom caminho para evitar esse mal que mancha o bom relacionamento de homens e animais contribui para a permanência da integridade.  Fica claro, portanto, a relevância na criação de medidas que tornem real o valor dos seres vivos irracionais na contemporaneidade. O Governo, junto às ONGs, deve investir e fiscalizar as leis já existentes, seja por meio do aprimoramento de tecnologias que facilitem as investigações, construção de centros comunitários com especialistas, por exemplo, veterinários, além de multas ou penas aplicáveis aos que infringirem o legislativo, utilizando o dinheiro dos impostos para que tais propostas sejam efetivadas. Também, é de suma importância que a mídia, como grande formadora de opiniões, utilize a ficção para difundir a importância de se combater a temática, por meio de matérias jornalísticas, dados, documentários e jornais. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças.