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Enviada em: 10/04/2017

A hora e a vez dos portadores de necessidades especiais   O sociólogo Augusto Comte compara a sociedade com um organismo vivo. Assim como um organismo, as partes que o constituem são interdependentes, se uma parte falha, todas as outras são prejudicadas. Baseando-se nessa teoria, convém discutir alternativas para inclusão social dos portadores de necessidades especiais, já que o corpo social encontra-se acometido. Nesse sentido, melhorar a qualidade da educação inclusiva e a acessibilidade representam justificativas  fundamentais para esse desequilíbrio.   Primeiramente, é pertinente analisar que o nível de instrução das pessoas com deficiência dificulta a inclusão delas no mercado de trabalho. Nesse sentido, observa-se que a educação inclusiva no Brasil, apesar de garantida por lei, não contempla a maioria dos portadores de necessidades especiais. Prova disso está no Censo que menciona que 61% dessas pessoas são sem instrução e com ensino fundamental incompleto e, infelizmente, apenas 7% delas possuem ensino superior completo. Logo, o ensino deficitário contribui para a posterior segregação dos deficientes no acesso a empregos que exigem qualificação.   Em segundo lugar, mas não menos importante, a falta de acessibilidade no transporte e nas vias públicas, bem como a falta de livros e materiais em braile, para cegos, mostra-se recrudescente. Segundo Stuart Mill menciona na Ética Utilitarista, uma boa ação é aquela capaz de causar bem-estar na maioria das pessoas. Assim, quanto mais acesso e facilidades os portadores de necessidades especiais possuírem, menos excludente e segregadora será a sociedade.   Com a finalidade de incluir socialmente os portadores de deficiência no cenário do ensino e mercado de trabalho, cabe aos governantes ampliarem a acessibilidade nas escolas, a partir do preparo adequado para os professores lidarem com a inclusão em todos os aspectos. Ademais, é urgente a sociedade cuidar da preservação de calçadas para viabilização da passagem de cadeirantes. Isso pode acontecer por meio de palestras educativas nos locais de trabalho e escolas. Afinal, segundo Cazuza, devemos olhar o mundo com a coragem do cego, entender as palavras com a atenção do surdo, falar com as mãos e os olhos, como fazem os mudos.