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Enviada em: 02/05/2017

Na Grécia Antiga, era possível verificar uma grande dicotomia no que tange ao tratamento de pessoas com deficiência: se por um lado, os espartanos sacrificavam as crianças de constituição frágil; por outro, os atenienses as amparavam e as protegiam. Na atual conjuntura sócio-política brasileira, tal divergência de pensamento persiste de forma diferenciada. Nesse sentido, não obstante a implementação do Estatuto da Pessoa com Deficiência tenha o objetivo de garantir os direitos fundamentais desse grupo e promover o princípio de isonomia, percebe-se a perpetração do preconceito e da segregação no país. Com isso, é válido discutir as principais causas da problemática.       Precipuamente, vale ressaltar os prejuízos acarretados pela visão de limitação e incapacidade a qual a sociedade, de forma continua, associa aos portadores de necessidades especiais. Afinal, segundo o físico Albert Einstein, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito enraizado. Por conseguinte, o potencial e os talentos desses indivíduos não são plenamente contemplados e desenvolvidos, sobretudo, pela família, primeiro agente de socialização do ser humano. Assim, a falta de incentivo à busca de conhecimento e conquista da autonomia acarreta no desenvolvimento incompleto dessas crianças.       Outrossim, dados divulgados pelo jornal Folha de São Paulo, mostram que 60% das pessoas com necessidades especiais não possuem instrução ou não completaram o ensino médio. Tal fator, ocorre, muitas vezes, devido à precariedade da infraestrutura das instituições de ensino, como a falta de rampas e livros em braille. Destarte, os discentes são severamente prejudicados não só no processo de ingresso a cursos superiores, mas também ao disputar uma vaga de emprego, pois, de acordo com o filósofo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele.        A fim de mitigar ou solucionar o problema deve-se instruir a ação de certos agentes. Logo, bom seria se a mídia inclui-se o assunto em filmes, séries e reportagens com o fito de naturalizar a comunidade quanto à diversidade e, por meio de entrevistas com médicos e especialistas, conscientizar os parentes dessas crianças a respeito de sua capacidade de realização. Ademais, o Ministério da Educação poderia investir na reforma dos prédios escolares e na compra de materiais didáticos para educação especial de maneira a promover o direito de ir e vir e de aprendizagem, além de divulgar com mais ênfase as cotas acadêmicas para deficientes através de catálogos distribuídos nos colégios. Com essas medidas, talvez seja possível atingir a homeostase, termo usado na biologia para indicar equilíbrio.