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Enviada em: 28/07/2017

De acordo com Aristóteles, deve-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de sua desigualdade. Esse pensamento considera que já que as diferenças existem, elas devem ser tratadas como tais, com a finalidade de integrar a sociedade. Contudo, a efetiva inclusão social dos portadores de necessidades especiais ainda possui entraves no cenário brasileiro, oriundos não só da discriminação, mas também da inexistência de uma educação totalmente inclusiva.       Em primeiro lugar, é necessário destacar a discriminação como impulsionadora da exclusão dos 45 milhões de brasileiros portadores de deficiência. Conforme o princípio da coercitividade defendido pelo sociólogo Émile Durkheim, o meio social determina as condutas do indivíduo. Dessa forma, ao se deparar com alguém que a sociedade considera diferente, a maioria das pessoas tende a ignorá-lo e menosprezá-lo por conta da vivência em grupo. Assim, o fortalecimento do pensamento da exclusão é transmitido de geração a geração, resultando no descaso com os direitos da pessoa com deficiência, o qual é manifestado na precariedade ou, até mesmo, na inexistência de sistemas de piso tátil, semáforo sonoro ou rampas de acesso e, consequentemente, agravando o problema no Brasil.       Além dessa visão segregacionista, é notável o déficit de ações educacionais para jovens com deficiência. Embora a Lei Brasileira de Inclusão tenha sido um grande progresso em relação à inclusão, no âmbito educacional ainda há muito a ser feito, explícito na falta de capacitação profissional dos professores, escassez de material didático adaptado e na existência de salas de aula superlotadas que dificultam o atendimento individualizado. Desse modo, evidencia-se a importância do reforço da prática da regulamentação como forma de combate à problemática.       Infere-se, portanto, que a exclusão social dos portadores de necessidades especiais é um mal para a sociedade brasileira. Sendo assim, cabe ao Governo Federal investir na construção de sistemas de acesso próprios para deficientes visuais, físicos e auditivos nas cidades, de modo a minimizar as limitações impostas a eles em seu cotidiano. Além disso, a Receita Federal deve direcionar uma parcela maior de recursos para a capacitação de profissionais de educação, bem como é essencial que as escolas realizem palestras visando estimular a tolerância, pois, só assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país desenvolvido socialmente, regido pela equidade vislumbrada por Aristóteles.