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Enviada em: 12/08/2017

Ao se discutir sobre o problema da inclusão social das pessoas com necessidades especiais em uma sociedade cada vez mais individualista, compreende-se que é um dever de todos garantir os direitos particulares de cada cidadão. Mesmo assim, há um discurso massificado, pontuando que o Estado, por meio de leis, aumenta a discriminação ao colocar cotas nas empresas e colégios. Nessa perspectiva, deve-se sustentar a ideia de que as diferenças existem e focar nas qualidades de cada um é o princípio do desenvolvimento saudável.     Confirma-se, a partir dessa ótica, um argumento aparentemente coerente sobre uma prática ocorrida da década de 90, que era a de agrupar esses deficientes em escolas especiais, visto que escolas privadas questionavam o alto custo das mudanças para receber esses poucos alunos. Entretanto, o ponto chave desse debate é o fato do governo federal cobrar das instituições privadas melhorias nas adequações e ao mesmo tempo não dar o exemplo nas escolas públicas, ou seja, o Estado cobra mas não quer ser cobrado. É indiscutível então, que a falta de um diálogo mais fundamentado, ou até mesmo a troca de favores, como a redução nos impostos paras as instituições que se adaptarem, acabam prejudicando uma geração inteira.   Outro ponto a ser esclarecido é a ideia da lei que obriga empresas com um certo número de colaboradores, terem uma parcela mínima de deficientes incluídos. O mais preocupante, contudo, é constatar muitas vezes que o mínimo, acaba se tornando o máximo, demonstrando o ponto fraco desse tipo de legislação, quando a mesma não oferta um suporte para o desenvolvimento pessoal e profissional de forma igualitária para todos. Assim, fica claro que segundo dados do próprio governo, o índice de pessoas especiais que concluem o ensino superior e estão disponíveis para o mercado de trabalho competitivo é uma quantidade muito pequena, o que acaba justificando o mínimo ser o máximo das vagas ocupadas nas empresas.    Diante desse cenário, é essencial buscar soluções práticas, como um diálogo mais humano e coerente entre o Estado e as instituições privadas, a fim de solucionar esse embate entre impostos e  os custos das instalações físicas, além de aperfeiçoamento profissional de professores para melhor lidarem com tais diferenças pois a escola deve ser um ensaio para a realidade, e assim, introduzir cidadãos para viver em conjunto. Outra medida necessária é a mudança cultural da população, pois essa só evidencia o lado negativo, no entanto, tudo tem um lado positivo, como a redução de gasto com materiais auriculares para surdos em postos de trabalho que estão sujeitos à altas taxas sonoras por muito tempo. Com essas ações, acredita- se em uma mudança a longo prazo, cujo todos irão se beneficiar .