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Enviada em: 25/07/2017

O impedimento dos impedidos      A obra cinematográfica francesa "Intocáveis", lançada em 2011, foi uma das mais aclamadas pelo público naquele ano. Nela, conhecemos a história do aristocrata Philippe, que luta por sua adaptação à recente situação de paraplegia. Entre seus conflitos internos e externos, o filme - baseado em fatos reais - demonstra a dificuldade enfrentada por pessoas com necessidades especiais, das quais, mesmo abastardas economicamente, não encontram ao seu redor uma sociedade preparada, ou caminhos os quais levem-os à uma plena amparação.     É necessário, primeiro, analisar que diferentemente das ocorrências homofóbicas e racistas, a intolerância contra a pessoa com deficiência manifesta-se veladamente. A falta de acessibilidade, como rampas e pisos táteis em calçadas, o desrespeito a vagas de estacionamento ou lugares reservados e até a anulação da existência ou a falta de paciência, são exemplos do que esses indivíduos enfrentam corriqueiramente. Desse modo, apesar de assistidos por leis a muito tempo, essa classe vê pouco de forma prática suas aplicações.       Ainda neste contexto, recentemente, medidas surgiram a fim de trazer de forma concreta a inclusão de caráter social aos mais 45 milhões de deficientes no Brasil. A atual Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, aparece destinada a assegurar e promover efetivamente os direitos, oportunidades e a acessibilidade. Nela, além de reunir todos os direitos existentes, traz diversas ações afirmativas as quais visam levar a essas pessoas autonomia e independência. No entanto, salvo esse avanço político, o seu real reflexo empírico continuará sendo um dilema.       Fica evidente, portanto, que não só há necessidade de buscar benefícios, como também é preciso garantir os já existentes. Para isso, o Estado deve manter comunicação direta, através de ONG's ou ouvidorias, com o deficiente a fim de conhecer regiões necessitárias de algum tipo de transformação, denúncias de descumprimento de direitos e o "feedback" de ações já concluídas. Ademais, as instituições educacionais, através de seu papel socializador, devem levar à crianças, jovens e adultos a conscientização, por meio de aulas temáticas ou palestras, garantindo para pessoas com deficiência a equidade social. Dessa forma, será possível moldar uma sociedade de fato desimpedida.