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Enviada em: 07/08/2017

"Quando certa manhã Gregor Sansa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado em um inseto monstruoso", assim, inicia-se a obra "A Metamorfose" de Franz Kafka. O retrato interior de si mesmo, um bicho simbólico, a metáfora de um homem que se transformou involuntariamente em alguém que não queria ser e foi hostilizado por isso.      Do mesmo modo, na contemporaneidade, é possível encontrar exemplos - como o personagem da obra - sofrendo preconceitos por conta de suas diferenças e deficiências. Pessoas portadoras de necessidades especiais, marcadas por injustiças, segregadas, ignoradas e muitas vezes vistas pela sociedade como parasitas.     De acordo com o Censo 2010 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45,6 milhões de cidadãos sofrem algum tipo de deficiência. Sabe-se que essas pessoas tem o direito à acessibilidade garantido pela constituição (Lei Brasileira de Inclusão/2015). Entretanto, transitar em algumas cidades ainda é um grande desafio, pois a infraestrutura - calçadas, rampas, meio fio, piso tátil - é inadequada, precária ou inexistente.     Outrossim, a escassez de investimentos da esfera politica para questões como - escolas inclusivas, benefícios para aquisição de próteses/órteses, habitações com acessibilidade, cotas no mercado de trabalho, transportes adaptados -  prejudicam ainda mais a inserção social desses indivíduos.         À vista desses fatos, medidas para empoderar os portadores de deficiências devem ser adotadas. Portanto, cabe à Receita Federal o repasse de mais impostos para estados e municípios, visando melhorias nos sistemas de educação, transporte e moradia desse grupo. Além disso, a mídia pode divulgar campanhas - lançadas pelo Ministério das Cidades - que incentivem denúncias dos casos que impeçam a inclusão efetiva, usando a participação e a conscientização popular como aliadas para conquistar uma sociedade harmônica com as particularidades.