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Enviada em: 09/08/2017

Desde as civilizações medievais até os povos indígenas,sempre existiu uma cultura de discriminação e abandono de pessoas deficientes.Na sociedade espartana,por exemplo,em que a militarização constitui  a característica  mais marcante,a preocupação com a excelência física era fundamental.Assim,os bebês que nasciam com algum tipo de deficiência eram lançados ao mar ou em precipícios,por serem vistos como um castigo dos deuses.Mesmo com o Princípio da Isonomia,que garante igualdade a todos perante a lei,no Brasil, a discriminação de deficientes físicos e mentais está presente,pois o preconceito é uma grande pedra que impede que os deficientes sejam tratados com um olhar de igualdade em relação àqueles vistos como “normais”.A cultura contemporânea do perfeito impede a plena equidade.   Estima-se que 24% dos brasileiros possuem algum tipo de deficiência,cerca de 45 milhões de pessoas.Entretanto,as barreiras estão presentes na falta de infraestrutura das cidades,calçadas estreitas e sem rampa, além de transportes que dificultam a mobilidade.Tais aspectos contribuem para estigmatizar e distanciá-los cada vez mais da garantia de igualdade.Contudo,a visão do senso comum de que apenas infraestrutura resolverá o problema impede a real inclusão e garantia dos direitos humanos a esta parcela da população.Diariamente os deficientes são excluídos do mercado de trabalho por serem vistos como incapacitados ou cheios de limitações,situação de verdadeira violência simbólica,conceito elaborado por Pierre Bourdieu para descrever o processo pelo qual a classe dominante,neste caso as pessoas sem deficiência,impõe seu modo de pensar e agir ao resto da sociedade,ou seja,à parcela marginalizada composta pelos deficientes.    É preciso que a sociedade se mobilize para promover a inclusão,de modo que as diferenças sejam respeitadas e não,discriminadas.Uma das melhores formas de inserção se encontra no campo esportivo e educacional,como os Jogos Paraolímpicos de Londres,em 2012,no qual o atleta Daniel Dias conquistou 6 medalhas na modalidade de natação.O esporte constitui uma excelente forma de inclusão pois estimula o desenvolvimento de habilidades cognitivas,estimula a superação de barreiras e limitações e proporciona uma forma de estímulo profissional a pessoas marginalizadas socialmente.    Portanto,o Ministério da Cultura deve investir em projetos esportivos gratuitos acessíveis para toda a população para estimular a integração social dos deficientes.É preciso que o Ministério das Cidades crie um plano de mobilidade social que inclua modificação nas ruas,transportes e estabelecimentos comercias melhorando a acessibilidade para os deficientes.É necessário agir de acordo com a Ética de Aristóteles,tratando desigualmente os desiguais,para que a igualdade seja alcançada.Não há 76% de pessoas normais ou 24% anormais.Há,neste país democrático,100% de seres.Humanos.