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Enviada em: 10/08/2017

O Brasil é um país reconhecido internacionalmente por sua diversidade cultural e seu povo multifacetado. No entanto, mesmo em um ambiente propício à riqueza do convívio social, há impasses no processo de inclusão social dos portadores de necessidades especiais (PNE) como a falta de efetivação das leis e o preconceito que ainda existe na sociedade.       Cerca de 24 % da população brasileira possui algum tipo de deficiência o qual convive com a exclusão e indiferença diariamente. Isso ainda ocorre devido a falta de reconhecimento as diferenças e do convívio e porque o indivíduo tende a reproduzir preconceitos e esteriótipos que supostamente já estariam superados na sociedade. O livro "O filho eterno" do escritor Cristovão Tezza, ilustra essa realidade ao narrar o processo de aceitação do pai perante o filho com Síndrome de Down. Dessa forma, os PNE não têm oportunidade de desenvolvimento da cidadania ou mesmo autodeterminação como indivíduo.       Outra barreira, além do preconceito, é a exclusão que ocorre nas escolas e no mercado de trabalho. A criação do Estatuto do Deficiente representou um avanço ao garantir uma série de direitos, entretanto o caminho para alcançar uma vida digna é longo, como revela o dado do Censo 2010: 61% dos deficientes têm ensino fundamental incompleto. Assim, conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho sem o ensino básico torna-se ainda mais difícil privando-os do convívio em grupo. Além disso, é válido ressaltar as barreiras físicas encontradas nas cidades, que raramente são estruturadas de modo adequado para a livre circulação dos PNE, pois falta piso tátil, semáforos que emitem alertas sonoros e até mesmo rampas.        Logo, o país precisa unir essa grande parcela de seu povo, que parece invisível e ignorada por todos, num universo que é seu por direito na sociedade. A população deve cobrar das autoridades municipais alterações nas estruturas físicas das cidades fazendo cumprir, assim, as leis. É necessário promover a integração dos portadores de deficiência desde a infância, em escolas regulares as quais deverão abranger a heterogeneidade da população. É papel do Governo Federal investir na formação profissional dos educadores que desejam trabalhar com crianças e jovens especiais e promover mais concursos públicos para ocuparem as vagas das escolas públicas. Quanto à mentalidade social, a mídia pode agir promovendo o debate sobre o tema por meio de novelas e seriados. A mudança é lenta, mas poderá ocasionar bons resultados futuramente.