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Enviada em: 21/08/2017

Para o filósofo Aristóteles, igualdade consistia em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. Tal pensamento tinha como fim, não disseminar o preconceito, mas atentar para que as diferenças, já reais, fossem tratadas de maneira justa, com o objetivo de integrar a sociedade.  Em diferentes épocas e culturas, o tratamento aos deficientes tem variado, porém, sempre existiu uma constante histórica: a exclusão. No Brasil contemporâneo, segundo dados do IBGE, estima-se que, aproximadamente, 24% da população seja composta por pessoas portadores de algum tipo de deficiência, o que significa que quase um quarto dos brasileiros sofrem diariamente com o mau planejamento no que tange a infraestrutura, locomoção e, ainda, a falta de consciência da sociedade em geral.  Não faltam leis no país que visem os direitos desses cidadãos, como a 7.716/89 e a 7.853/89, contudo, há uma vigente ausência de ações efetivas que promovam a inclusão social, além do escasso investimento governamental, o que retarda esse processo de inserção desse contingente populacional nos diversos âmbitos da sociedade: educação, capacitação profissional, cultura e lazer.  Retomando a premissa aristotélica, para que todos os portadores de necessidades especiais integrem a sociedade e gozem de seus direitos, é necessário a união entre Governo Federal, estaduais e municipais, juntamente com a CONADE (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência) e MEC para providenciar, além de uma infraestrutura adequada a esses indivíduos e seus variados tipos de deficiência, uma reforma na educação e a criação de dispositivos de reabilitação e capacitação profissional para atender a demanda do mercado de trabalho.  Não se trata apenas de justiça, mas de qualidade de vida, pois como dizia Platão "O importante não é apenas viver, mas viver bem".