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Enviada em: 31/08/2017

A problemática em que a inclusão das pessoas com necessidades especiais se insere está no centro das ameaças à integridade das relações humanas. A herança utilitarista de Platão, que vê como útil aquele que tem perfeitas condições físicas e mentais, e como inútil quem tem alguma deficiência, exemplifica isso. Destarte, cabem olhares sobre duas dimensões: a banalização da equidade e a falência do "Welfare State" (Estado de bem-estar social).        O homem é um animal habitual - dimensão pouco a pouco esquecida diante da inclusão de pessoas com necessidades especiais, apesar da análoga eminência de Hannah Arendt para o pensamento contemporâneo. Cotidianamente, observa-se a banalização desse grupo, principalmente pela população. Um exemplo disso é a maneira como a mídia mostra essas pessoas, expondo-as a uma concepção vitimista, de inutilidade social – visto que, majoritariamente, aparecem como incapazes de conquistas pessoais. Assim, infelizmente, tornam-se os rótulos que lhes foi imposto, desestimulando-as a buscarem equidade de direitos, uma vez que se veem desmotivadas para um possível processo de empoderamento.        Circunscrita a essa realidade, ocorre a abertura de inúmeras escolas para deficientes, entretanto não há preparação dos profissionais (que têm a mentalidade de que essas pessoas são não eficientes ou que têm o ritmo de desenvolvimento atrasado em relação à maioria); ratificando a falência do “Welfare State”, que fracassa por amadorismo na aplicação de suas teorias - situação descrita por Sérgio Buarque de Holanda como uma tentativa estatal de encobrir a negativa realidade educacional brasileira. Dessa forma, as APAEs (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) incluem excluindo, ao colaborar com uma divisão social estando fora dos colégios, uma vez que a verdadeira integração coloca as pessoas com necessidades especiais juntas aos outros indivíduos.       Portanto, o Ministério da Comunicação precisa criar uma campanha específica de conscientização sobre a extensa capacidade colaborativa que os portadores de necessidades especiais têm na sociedade, através de palestras e propagandas, a fim de modificar o falso estigma que carregam. Ademais, o Ministério da Educação deve incentivar financeiramente a união das APAEs às escolas, tendo a colaboração de profissionais especialistas e acompanhantes terapêuticos os quais tenham vastos conhecimentos na área; assim, essas pessoas não se sentirão excluídas, mas sim, parte da sociedade – tendo cuidados essenciais às suas necessidades sem retirá-las de espaços comuns.