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Enviada em: 27/09/2017

Desde o Iluminismo, já sabemos – ou deveríamos saber – que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. Nesse sentido, ao observar os preceitos constitucionais da inclusão da pessoa com deficiência, vê-se que esse ideal iluminista é verificado na teoria e não desejavelmente na prática. Muitos importantes passos já foram dados, entretanto é preciso ampliar a acessibilidade, pois a manutenção de estruturas segregacionistas configura um desafio histórico, social e ideológico.        Em uma primeira abordagem, é válido ressaltar que a sociedade não se livrou das amarras da exclusão. Isso é observado, nas precárias instalações que atendem o público com limitações nas variedades corporais, em que andar sobre uma calçada ou até mesmo utilizar o telefone, no caso dos deficientes auditivos, torna-se difícil. Ainda como forma de exclusão, as escolas não têm interesse em se preparar para incluir esses alunos, pois demandam tempo, geram gastos, mas também requerem especialização profissional. Tal fato reside no histórico modelo de segregação, pois se o indivíduo não contribui para a progressão social, devido à sua limitação, ele também não é incluído. Além disso, o surgimento de teorias excludentes, como o darwinismo social proposto por Spencer, que veem no corpo uma forma de domínio, abriram as portas da superioridade e fecharam as portas da inclusão.       Aprofundando análise, é importante notar que, além da historicidade, os preceitos legislativos contribuem para exclusão e,  embora existam, não funcionam de forma efetiva. No Brasil, por exemplo, o Estatuto da Pessoa com Deficiência foi criado somente em 2015, demonstrando a lentidão. Além do mais, a deficiência é vista como desvantagem e, portanto, as empresas só contratam devido a Lei de Cotas, pois não querem incluir essa minoria em seus estabelecimentos, tornando válida a ineficiência supracitada.       Em suma, é necessário erradicar a falta de acessibilidade na sociedade brasileira. Para isso, seria conveniente mostrar por meio de debates a importância da inclusão, ainda, criar projetos para melhoria no conjunto arquitetônico público e privado, principalmente nas escolas, numa ação participativa entre Estado, empresas e Ong’s. Ademais, averiguar constantemente se os preceitos constitucionais estão evoluindo, para que, como no ideário iluminista, a teoria se alie à prática e o Brasil seja um país socialmente melhor e mais inclusivo.