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Enviada em: 07/10/2017

“Por que coxa, se bela, por que bela, se coxa?”, a frase dita por Brás Cubas, personagem do romance escrito por Machado de Assis no século 19, retrata o preconceito enfrentado pelas pessoas com deficiência até os dias de hoje. A soma desse fator com a carência de infraestrutura e representatividade, resulta na exclusão social do deficiente físico; um desafio enfrentado pela sociedade brasileira.    Em primeiro lugar, uma análise da situação social desses cidadãos se faz necessária. Uma pesquisa feita pelo IBGE em 2010 aponta que, no Brasil, 45 milhões de pessoas têm alguma deficiência física. No entanto, essas pessoas são excluídas do convívio social; visto que muitas até evitam a exposição para que dessa forma não vivenciem situações de constrangimento, ocasionadas por preconceituosos. Ademais, a vida profissional desses indivíduos também é prejudicada; prova disso é a lei de cotas para deficientes nas empresas, uma coerção que seria desnecessária se não houvesse discriminação.   De maneira análoga, a falta de infraestrutura contribui para o afastamento desses cidadãos. Calçadas irregulares, ausência de rampas e estabelecimentos não acessíveis são apenas alguns dos fatores que prejudicam a acessibilidade do deficiente brasileiro; o que vai de encontro à constituição cidadã de 1988, que garante o direito de ir e vir a todos. Destarte, a discriminação e a exclusão estão relacionadas à defasagem na estrutura urbana; uma vez que – como afirma o ditado popular – quem não é visto não é lembrado.   Torna-se evidente, portanto, a necessidade de mudanças no que tange à acessibilidade e representatividade da pessoa com deficiência. O Ministério das Cidades deve auxiliar as prefeituras na melhoria da infraestrutura urbana, por meio de projetos e viabilização de obras, visando a melhoria da mobilidade urbana para deficientes físicos. Além disso, a Secretaria de Direitos Humanos deve atuar junto à mídia através de campanhas de conscientização e combate a exclusão social dos deficientes. Para que dessa forma, Indagações como a de Brás Cubas sejam eliminadas da sociedade brasileira.