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Enviada em: 09/10/2017

O impasse da inclusão        Calçadas em péssimas condições, ambientes despreparados, carência de oportunidades e intolerância. Todas essas situações cercam o dia a dia da pessoa com deficiência no Brasil. Percebe-se que, apesar da busca constante por equidade, esses indivíduos ainda sofrem com a falta de acessibilidade, bem como problemas no campo social. Nesse sentido, é essencial a participação ativa dos diversos setores sociais frente a esta causa.           A priori, a locomoção de pessoas com deficiência é extremamente prejudicada pelos diversos obstáculos que permeiam os ambientes públicos e privados. Apesar de recentemente outorgada, a Lei da Acessibilidade, que deveria contornar esse quadro com a instalação de infraestrutura adequada, de acordo com a pesquisa realizada pelo Ministério das Cidades no ano de 2016, cerca de 65% dos municípios não cumprem rigorosamente a lei. Logo, dificultando a vida desses que possuem transporte restritos, o direito de ir e vir, expresso no artigo 5º da Constituição Federal de 1988, é afetado.              Outrossim, a presença de elementos do cotidiano que incitam o preconceito para com essa parcela da sociedade suscita a persistência de impasses no âmbito social. Um fator importante reside no errôneo fato de que, para algumas pessoas, o sujeito deficiente é um ser incapaz de contribuir efetivamente na sociedade, incluindo ao campo econômico. Essa é a opressão simbólica da qual trata o sociólogo Pierre Bourdieu, visto que a ruptura com os Direitos Humanos não está somente no embate físico ela está, sobretudo, na perpetuação de ideias e esteriótipos que atentam contra a dignidade da pessoa ou de um determinado grupo social.                  Destarte, a sociedade deve procurar seguir os princípios do filósofo Aristóteles e "Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade". Portanto, o Ministério do Planejamento deve reformular e planejar políticas de investimento financeiro a fim de orientar e acompanhar os municípios brasileiros, por meio de orçamentos anuais e elaboração de um plano de metas a serem cumpridas para garantir o funcionamento da Lei da Acessibilidade. Ademais, o Ministério da Educação deve fornecer cursos para profissionais da área da educação com o intuito de que o tema seja trabalhado nas salas de aula. E por fim, peças publicitárias criadas pela SECOM (Secretaria Especial de Comunicação Social) e que promovam a reflexão sobre o cotidiano dos deficientes é outra medida cabível para a mudança do atual panorama.