Materiais:
Enviada em: 30/10/2017

Por um futuro melhor      Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, em sua obra "Em busca da política", nenhum país que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para as adversidades que o afligem. Nessa perspectiva, tornam-se passíveis de discussão os desafios enfrentados, hoje, pela sociedade brasileira, no que tange à inclusão social das pessoa com necessidades especiais. Logo, poder público e coletividade devem unir esforços objetivando encontrar alternativas para inclusão desse público.      O primeiro ponto que vale um questionamento é a inacessibilidade dos deficientes, sobretudo nos grandes centros urbanos. Isso se deve, em grande medida, à falta de equipamentos que auxiliem esses indivíduos, como rampas para deficientes físicos e semáforos sonoros para deficientes visuais. Dessa maneira, esse alarmante cenário não só dificulta, ainda mais, as condições de mobilidade desses indivíduos, como também desrespeita uma das principais garantias defendidas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos: o direito de ir e vir.      Outro aspecto que pode ser debatido é a enorme dificuldade de inserção no mercado de trabalho enfrentada pelas pessoas com necessidades especiais. Apesar de já haver um relativo avanço nesse âmbito, por conta da Lei de Cotas de 1991, é quase inexistente a contratação de deficientes pelo potencial e pelo perfil do candidato, visto que a limitação desses indivíduos, aos olhos do empregador, quase sempre se sobressai, o que impede a participação plena dessa parcela no setor laboral. Dessa forma, faz-se necessário buscar alternativas para inserção dessa parcela no mercado de trabalho.      Por tudo isso, é papel das prefeituras, com aporte financeiro da União, contratar arquitetos, urbanistas e engenheiros especializados em arquitetura inclusiva, para adaptar as cidades, especialmente os grandes centros urbanos, com a criação ou melhoria de rampas, semáforos sonoros, entre outros, a fim de facilitas a mobilidade dos deficientes. Ademais, a mídia socialmente engajada deve transmitir em suas novelas, através das emissores de TV aberta, visto que têm um forte impacto social, a preocupante realidade dos deficientes no mercado de trabalho, visando mudar a mentalidade preconceituosa dos empregadores e, por conseguinte, ampliar as possibilidades de inserção desse público no mercado de trabalho. Desse modo, observada uma ação conjunta entre instituições públicas e sociedade civil, o país dará passos mais firmes na direção de um futuro melhor.