Tablets, smartfones, aplicativos. Muitas são as ferramentas tecnológicas apontadas como solução para revolucionar o modelo de ensino vigente. Todavia, esses equipamentos, se usados isolamente, se tornam limitados, diante da necessidade de equacionar os graves e persistentes problemas arraigados no sistema educional brasileiro. Conflitos que perpassam por aspectos familiares, sociais e, ainda, estruturais. É notório que a violência em sala de aula é um problema presente no cotidiano de muitas escolas brasileiras, sendo reflexo, comumente, do comportamento das instituições familiares. Segundo pesquisa feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2014, o Brasil ocupa o topo no ranking de cem países em violência nas escolas e mostrou, ainda, que a falta de participação dos pais na vida educacional de seus filhos é fator decisivo para essa triste realidade. Outro fator que corrobora com a fragilidade desse sistema é a desvalorização crônica das atribuições do professor, e um dos principais aspectos é o econômico.Em mais da metade dos Estados brasileiros, por exemplo, a remuneração desses profissionais não alcança o piso salarial previsto em lei. Tornando esses valiosos educadores vulneráveis e, em certo grau, impossibilitados de mudar a conjuntura atual. Embora se propague que os números referentes à educação tenham avançado, no que tange à diminuição das taxas de analfabetismo e evasão escolar. É corriqueiro constatar que crianças, jovens e até adultos, mesmo concluindo o ensino básico não saber ler ou realizar operações fundamentais da matemática. Tal fato, demonstra que o analfabetismo funcional representa, também, um entrave na evolução do ensino no país. Portanto, para burilar o paradigma educacional atual é preciso que o combate à violência nas escolas inicie com a participação das famílias no ambiente escolar. Além disso, o cumprimento integral do piso salarial dos docentes é um bom caminho. Ademais, atividades extracurriculares, como leitura e jogos de racionicio podem contribuir, também, no aprendizado.