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Enviada em: 01/04/2017

Estabelecida como direito fundamental pela Constituição de 1988, a educação é mais que a simples aquisição do saber. Através dela, o cidadão não só garante seu desenvolvimento social, cultural e econômico, como também torna-se apto para reivindicar benefícios básicos instituídos pela lei. No Brasil, embora a questão educacional tenha gerado grande mobilização social, as pesquisas denunciam uma situação alarmante. Discussões acerca do assunto apontam o investimento financeiro como principal solução. Todavia, é preciso questionar: o problema é realmente a falta de dinheiro?     Em 2012, uma pesquisa realizada pela OCDE, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, revelou que países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, apresentam um investimento educacional expressivamente menor que o do Brasil. Algumas medidas eficazes tomadas por esses sistemas como a diminuição da evasão escolar e a capacitação da gestão escolar, demonstram que o problema nem sempre reside no dinheiro.  De fato, há diversas deliberações que não exigem recursos, mas sim estratégias.    O sistema educacional não deve ser tratado de maneira fragmentada, mas sim como um todo que progride através do bom funcionamento das partes que o compõe. É preciso, portanto, analisar os principais componentes envolvidos no processo educativo - aluno e professor - e os problemas que os afetam. Tratando-se do primeiro, as estatísticas demonstram que a falta de interesse, seja pelo excesso de conteúdo ou conflitos com os professores, é a principal razão do abandono escolar. Por outro lado, os baixo salário e a displicência dos alunos são utilizados para explicar o desentusiasmo dos professores.     Isto posto, é possível averiguar que a eficiência da interação entre aluno e professor influencia diretamente no processo de aprendizagem. A implementação de períodos integrais nas escolas brasileiras, a adaptação do currículo escolar, o aumento da participação dos pais no processo educativo e a qualificação de gestores pedagógicos são medidas que não só favorecem o relacionamento entre educando e educador, como também contribuem para o avanço da educação brasileira. A solução não é aumentar os investimentos, mas sim aplicá-los de maneira adequada.