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Enviada em: 26/03/2017

A escola no formato conhecido, carteiras alinhadas, horários rígidos e alunos sentados diante de um professor que fica em posição elevada como o detentor de todo o conhecimento, existe desde o Império Romano e teve poucas alterações significativas. Dessa forma, é estranho pensar que, em um mundo no qual os avanços tecnológicos mudam a realidade o tempo todo, a estrutura escolar permaneça igual.      Certamente a mudança educacional já foi discutida em muitos comitês por vários especialistas, mas, com raras exceções como a Finlândia, não é posta em prática. No Brasil, isso se deve ao sistema político herdado da época colonial; as classes dominantes perceberam que uma população com ensino precário não faz tantas exigências quanto uma que possui acesso pleno à educação. Assim, políticos interessados na manutenção de tal ordem social aprovam pequenas mudanças para ludibriar o povo sem, de fato, beneficiar o ensino.      Com o intuito de tornar o ensino ainda mais prático e lucrativo para as grandes empresas, o governo brasileiro investe em escolas técnicas que restringem as possibilidades de escolha dos alunos, pois eles definem seus cursos ainda muito jovens. Formando, assim, mão de obra qualificada e barata, porém sem priorizar o pensamento crítico. Além disso, a aprovação de leis que retiram da grade curricular matérias fundamentais na construção da cidadania como história e geografia corroboram com ideias apresentadas em livros distópicos como o Fahrenheit 451, onde o trabalhador não questiona seu patrão e a sociedade não questiona as ações dos seus governantes.       Ao perceber a estrutura que garante a permanência do poder nas mãos de um grupo social, se faz necessário a reivindicação de melhorias educacionais, já que a melhor forma de mudar a situação é através da educação. Isso deve ser feito com a eleição de políticos que fujam desse contexto de manutenção da ordem social, possibilitando uma reforma ampla que, apesar de demorada, trará verdadeiras mudanças sociais.