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Enviada em: 06/06/2017

Paulo Freire, renomado educador e pedagogo brasileiro, certa vez disse que a educação não transforma o mundo. Ela muda as pessoas e estas por sua vez realizam as mudanças na sociedade. Resultados ruins em testes como o Pisa e a Prova Brasil, apontam para uma realidade que com certeza deixaria o autor desta frase muito triste. A má gestão dos recursos destinados ao ensino e a alta taxa de evasão escolar expõem o decepcionante retrato do sistema educacional brasileiro.        Antes de tudo, é preciso considerar que, segundo dados do Ministério da Educação, o Brasil destina 5,6% do PIB para investimentos na área. O que é maior que a média dos países avaliados pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Entretanto, o seu gasto médio anual por aluno é inferior a maioria dos países avaliados pela entidade. Além dos valores reduzidos, os recursos são utilizados de forma ineficiente devido a ausência de uma Base Nacional Comum Curricular. Esta que se encontra em fase de discussão e ainda não saiu do papel. A má administração do dinheiro que vai para a educação é um dos principais problemas estruturais do nosso sistema.       Sob essa conjectura, outro problema crônico é a alta taxa de evasão escolar no Brasil. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o abandono escolar chega a 16% no ensino médio, e pode atingir índices maiores em séries anteriores. O trabalho já deixou de ser o principal motivo da saída da escola, a falta de interesse entre os adolescentes é o principal fator de repulsa as instituições de ensino. O currículo desinteressante, assim como os métodos ultrapassados e monótonos de ensino são motivadores do desinteresse.  O aluno precisa ser estimulado e encorajado a frequentar assiduamente o colégio, pois este atua não somente como transmissor de conhecimento técnico, mas também como ferramente de inserção social do indivíduo.        Diante do exposto, podemos concluir que o sistema educacional no Brasil necessita de profundas e urgentes mudanças se quisermos transformar a sociedade atual e também as próximas gerações. O Ministério da Educação poderia criar uma comissão de representantes de pais, alunos, professores e gestores para que juntos pudessem discutir, anualmente, melhorias em todos os setores educação, da básica ao ensino superior. A reorientação orçamentária também faz-se necessário por parte de todas as esferas do governo, para que os recursos sejam melhor distribuídos e empregados. Ong's juntamente com as secretarias de esporte e lazer estaduais podem atuar motivando os adolescentes através de programas esportivos, visando a diminuição da evasão escolar. Somente assim, podemos deixar um legado no qual a frase de Paulo Freire faça sentido em nosso país.