Enviada em: 31/08/2018

De acordo com o filósofo Immanuel Kant, o Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade e o consequente alcance de sua maioridade intelectual: a capacidade de exercer o seu intelecto de forma autônoma e independente. No Brasil atual, entretanto, um grande número de indivíduos demonstra dificuldade em atingir a maioridade Kantiana ao apresentar deficiências em interpretar textos simples, – o analfabetismo funcional – tornando necessária a tomada de medidas que busquem incrementar tanto a educação básica, como a graduação em nível superior, a fim de atenuar o impasse.    Nesse sentido, é indiscutível que a deficiência do ensino básico brasileiro representa uma das principais questões relacionadas à problemática. Segundo a Constituição de 1988, a educação de qualidade é um direito social de todos os cidadãos. No entanto, o que pode-se observar, na atualidade, é a ineficácia e a precariedade do ensino atual no que tange, principalmente, à sua modalidade básica, tendo em vista que muitos brasileiros, mesmo sabendo ler e escrever, em razão de uma frágil e inefetiva alfabetização durante a infância, apresentam, por exemplo, dificuldade de interpretação e produção de textos na fase adulta. Essa situação é alarmante na medida em que a educação básica é um dos pilares de uma boa formação escolar, dessa forma, tornando imprescindível o maior direcionamento de recursos governamentais à melhoria dessa modalidade.    Concomitantemente, é indubitável que o analfabetismo funcional é expresso, até mesmo, após a graduação em nível superior. Isso pode ser evidenciado pelos inúmeros brasileiros que, mesmo tendo adquirido um diploma, apresentam deficiências básicas e que podem comprometer gravemente o seu desempenho como futuros profissionais, prejudicando, assim, não só eles próprios, como também uma ampla gama de indivíduos que futuramente necessitarão de seus serviços. Desse modo, para atenuar a preocupante questão, é indispensável que o grau de capacitação profissional dos graduandos seja avaliado.     Alternativas, portanto, são necessárias para a redução do analfabetismo funcional no Brasil. Cabe ao Ministério da Educação investir amplamente no ensino básico, por meio da implementação de oficinas semanais de leitura, interpretação e produção de textos no Ensino Fundamental das escolas, a fim de aprimorar e tornar mais efetiva a alfabetização infantil. Outrossim, com o intuito de impedir a atuação de profissionais incapacitados, o Governo Federal deve instituir um teste de proficiência, ao final de todos os cursos superiores, que avalie a capacidade de leitura e interpretação de textos simples dos recém-graduados, sendo o exercício da profissão permitido apenas aos que passarem na prova. Assim, o Esclarecimento Kantiano tornar-se-á mais expresso no tecido social brasileiro.