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Enviada em: 27/05/2018

"No meio do caminho, tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho." Ao observar esses versos de Carlos Drummond de Andrade, é possível estabelecer uma comparação com o percurso traçado pela educação brasileira. Constata-se tal fato, uma vez que o país enfrenta dificuldades em comandar um ensino de qualidade. Essa grande pedra tem promovido um aumento nas taxas de analfabetismo funcional, que apenas será alterado pela implementação de alternativas eficazes.    É válido apontar, em primeiro lugar, a necessidade da adoção de um novo método de ensino, voltado à formação plena do estudante brasileiro. Essa constatação torna-se evidente ao direcionar um olhar atento ao modelo antiquado difundido pelas escolas brasileiras. Ainda hoje, ao ingressar na educação básica, o indivíduo encontra-se imerso em um quadro negro devido a superficialidade do processo educativo, na medida em que, muitas vezes, o estudo fica restrito a cópias e a realização de avaliações. Com isso, não há um aprofundamento na qualificação adequada do aprendiz, o qual sofrerá com a maior possibilidade de se tornar um analfabeto funcional.    Convém ressaltar, além disso, a importância das pressões ao governo, promovidas por professores e estudantes diante da negligência institucional. Nos últimos anos, as escolas, principalmente públicas, de inúmeros estados sofreram com a intensa precarização do ensino. Essa problemática possui suas origens na falta de verbas e de políticas públicas, as quais promovem a escassez de profissionais, de materiais e de uma infraestrutura adequados ao atendimento de todo corpo estudantil. Somando-se todos esses fatores, o aluno do ensino básico encontra-se sustentado em uma base frágil, impossibilitada de desenvolver todas as capacidades do indivíduo.    Fica evidente, portanto, que mudanças no ensino brasileiro são fundamentais para reduzir as taxas do analfabetismo funcional. Para tanto, especialistas em educação devem buscar alterar o método de ensino adotado atualmente. Esse processo pode ser realizado através de estudos e reuniões com o Ministério da educação, chegando-se a um consenso sobre o modo de formação dos novos professores e a maneira como estes irão implementar essa nova forma de educação. Ademais, todo o corpo de coordenadores, professores e alunos são essenciais na promoção de movimentos sociais que sejam capazes de pressionar o governo ao cumprimento de suas obrigações. A fim de que, diante da soma dessas ações, multiplicada pela junção das forças de toda a sociedade, retirem-se as pedras do meio do caminho educacional.