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Enviada em: 19/06/2018

Segundo os filósofos da Escola de Frankfurt, as sociedades contemporâneas caracterizam-se pela intensa mercantilização, inclusive da educação. É nesse cenário que persiste o grande número de analfabetos funcionais no Brasil, reflexo da má qualidade educacional ofertada no país, bem como da prática hodierna de uma formação educacional pautada na quantidade e lucro, em detrimento da qualidade, o que afeta o corpo social.        Nesse contexto, é indubitável que a péssima infraestrutura e a falta de insumos, como livros, cadeiras e lápis, nas escolas públicas brasileiras estejam entre as causas dessa problemática. Segundo Immanuel Kant, "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele". Seguindo tal premissa, a evasão escolar precoce dos jovens, especialmente os de baixa renda, devido a falta de estrutura escolar frequente para continuidade dos estudos no Brasil, leva à precarização de sua formação e, assim, à dificuldade de interpretação textual observada na nação - segundo IBGE, 18% dos adultos são analfabetos funcionais.        Outrossim, o processo de mercadorização educacional praticada nas universidades e colégios, principalmente particulares, agrava tal quadro. Observa-se, então, a grande preocupação dessas organizações na quantidade de estudantes formados, verdadeiras "fábricas de diplomas", porém despreocupação com a qualidade de tais formações, o que explica a baixa funcionalidade alfabetizadora mesmo nos indivíduos com alto grau de escolaridade no país. Com reflexo disso, há a formação de um corpo social com reduzido número de leitores, de baixo senso crítico e, portanto, segundo Foucault, manipuláveis.        Diante disso, o analfabetismo funcional no Brasil relaciona-se à questões educacionais fazendo-se necessário para seu combate o maior investimento na infraestrutura das escolas públicas, como a compra de livros, pelos estados e redes municipais por meio da adoção de planos diretores de investimento a longo prazo na educação a fim de evitar a evasão escolar e estimular a leitura. É preciso, ainda, a desarticulação das "fábricas de diplomas" por meio da adoção de testes periódicos, a exemplo do Enade, de qualidade do ensino nas escolas e universidades públicas e privadas pelas Secretarias de Educação e ONGs, melhorando a educação.