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Enviada em: 19/06/2018

De acordo com Platão, o ser humano é capaz de se libertar do mundo da caverna através do intelecto, assim, passando para o mundo inteligível. O fato é que, esse conceito encontra-se deturpado na sociedade brasileira, na medida em que, muitos são impedidos de libertarem-se da caverna por conta do analfabetismo funcional. Dessa forma, nota-se que essa questão é um impasse ainda presente no hodierno, que decorre de questões históricas e, principalmente, do sistema de ensino atual.      Convém ressaltar a princípio, que as primeiras escolas brasileiras surgiram no período das expansões jesuíticas. Entretanto, essas instituições tinham por objetivo primordial catequizar os nativos. Contudo, mediante as evoluções sociais, logo surgiu a necessidade de alfabetizar a população. Todavia, é importante salientar que, a escolarização esteve, por muito tempo, restrita à grupos seletos da sociedade, que detinham poder financeiro, fato esse que contribuiu para que a população fosse, majoritariamente, incapaz de ler e compreender textos de forma eficaz.              Apesar disso, na sociedade moderna, o acesso à educação tornou-se um direito a todos os cidadãos . No entanto, ao contrário do que se esperava, o cenário pouco mudou em relação ao passado, tendo em vista que o sistema de "progressão continuada" -- no qual o aluno não repete de ano, ainda que apresente dificuldades -- adotado por grande parte das escolas públicas , possibilita a formação de pessoas não proficientemente alfabetizadas. Segundo dados do Jornal Nexo, em 2015, menos de 10% da população brasileira tinha o domínio da leitura e produção de textos, o que confirma a ineficiência do sistema educacional na sua principal função.         Diante das questões expostas, torna-se evidente a necessidade de intervenção. Portanto, cabe ao Ministério da educação inibir o analfabetismo funcional, através da criação de cursos EAD's gratuitos e livres para todos, que ensinem a língua portuguesa de maneira eficiente - por meio de métodos reflexivos ao invés de conteudistas -, para que assim, as pessoas já formadas ou aquelas que não desejam voltar às escolas, tenham a oportunidade de aprender, de fato, a ler e escrever. No mais, ainda a esse, cabe reformar os critérios de avaliações estudantis, de modo se substitua a aprovação automática por um sistema em que se estabeleça metas de intelecto de acordo com cada série e, quando necessário, oferecer reforços particulares àqueles que não as atingirem, a fim de ratificar a formação de analfabetos funcionais. Seguindo essas medidas, a realidade do Brasil mudará, e toda população terá, finalmente, a oportunidade de libertar-se da caverna platônica.