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Enviada em: 09/07/2018

Paulo Freire, escritor e pedagogo do século XX, foi um ferrenho defensor da educação crítica como base fundamental para a formação de cidadãos conscientes. No entanto, no período pós-moderno, o desenvolvimento de tecnologias de comunicação e a propagação de atividades digitais contribuíram exponencialmente para o aumento de estímulos digitais em crianças, além de alimentar o preconceito disciplinar na sociedade - fatores que acresceram o analfabetismo funcional no Brasil.          Sob tal ótica, as crianças, indivíduos cuja formação intelectual encontra-se inconclusiva, constituem as maiores vítimas dos efeitos negativos da tecnologia. Celulares, computadores, televisão e tablets proporcionam conteúdos de forma passiva, descartando a necessidade de interpretar informações, assimilar ideias e formar uma opinião sobre determinado assunto. Além disso, tais meios são decisivos tanto na qualidade de concentração e criatividade dos indivíduos, quanto nos hábitos de leitura e escrita, o que repercutirá na habilidade profissional e social desse futuro adulto.             De forma análoga, a valorização publicitária de profissões como medicina e engenharia corrobora o preconceito disciplinar contra as ciências humanas e linguísticas, gerando um descaso com essas que complementam as ciências exatas e biológicas. Pouco se ressalta, entretanto, sobre a impossibilidade de resolução correta de um enigma matemático sem a devida interpretação dos dados apresentados, por exemplo. No entanto, cada vez mais o estudo da literatura , assim como a escrita, têm sido negligenciadas, obtendo como trágico saldo a conjuntura atual: profissionais altamente renomados incapazes de construírem uma opinião sobre questões básicas do país.                     Infere, portanto, que o analfabetismo funcional constitui uma grave problemática. Assim, as famílias devem substituir os equipamentos eletrônicos por brinquedos educativos para as crianças, como quebra cabeças, livros e caça palavras, a fim de estimular a proatividade e a busca por soluções desde a infância. Ademais, o Ministério da Educação, em parceria com a mídia, deve criar Gincanas de leitura e redação nas escolas e universidades, a fim de valorizar essas ciências e desconstruir o preconceito, além de estimular a formação de cidadãos pensantes. Dessa forma, o Brasil progressivamente avançará na educação crítica de Freire.