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Enviada em: 26/07/2018

No premiado filme "Central do Brasil", é possível identificar a inspiração em um problema real, uma vez que a personagem protagonista ganha a vida redigindo cartas cujo conteúdo é ditado por pessoas analfabetas. Fora da ficção, o índice nacional de analfabetismo funcional, termo usado para designar a incapacidade de interpretar textos simples, revela a falta de acesso a um processo educativo de qualidade que atinge principalmente a camada da população em situação de vulnerabilidade social.        Embora a educação seja um direito fundamental assegurado pela Constituição Federal de 1988, lei fundamental e suprema do país, esta foi historicamente tratada como um privilégio. Visto que, já na Grécia Antiga, considerada o berço da pedagogia, o conhecimento estava atrelado ao poder econômico. No Brasil, somente durante o governo de Getúlio Vargas, com a criação do Ministério da Educação (MEC) e o lançamento de um manifesto que combatia o modelo de escola voltado somente para a elite, a escolarização passou a se popularizar.        Deste então, diversas medidas foram tomadas pelo Governo Federal no sentido de ampliar o alcance do ensino público, mas a desigualdade social posta-se como uma barreira no processo de universalização. Segundo dados recentes, o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) aponta que cerca de 30% dos brasileiros entre 15 e 64 estão classificados como analfabetos funcionais. E, conforme a pesquisa da Unifesp, financiada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), a pobreza é o fator que mais impacta no desempenho escolar dos alunos do ensino fundamental.       Posto isso, é imprescindível que seja dada a atenção devida aos estudantes em situação de vulnerabilidade social. Para tal, o MEC deve tornar obrigatória a presença de pelo menos um assistente social e um profissional da psicologia em cada escola da rede pública, nas escolas de ensino primário à médio, estes cargos podem ser ofertados aos graduandos de universidades federais como estágio. Dessa forma, os alunos serão assistidos e, sempre que comprovada a vulnerabilidade, devem ser ofertadas condições de permanência na escola, tais quais alimentação, transporte, uniforme e material escolar, evitando que estes interrompam seu processo de letramento e aprendizado.