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Enviada em: 29/07/2018

A quebra de uma vivência incompreensiva    Para o escritor britânico Oscar Wilde, que viveu no século XIX, época de grande avanço do racionalismo, "O primeiro passo é indissociável à evolução de um homem e/ou nação". Nesse contexto, faz-se necessário sair da inércia com uma aplicável diligência, sobretudo em relação a medidas cuja asserção seja conduzir alternativas para reduzir o analfabetismo funcional no Brasil. Para tanto, é essencial compreender as dinâmicas que conduzem e potencializam esse problema.    Admite-se ressaltar, antes de tudo, que a dificuldade em entender um simples texto não se limita ao plano educacional. Diante disso, a formação de indivíduos com uma mínima capacidade de compreensão dos conceitos, sejam eles teóricos ou práticos, afetam a vida social desse cidadão. Isso porque a própria vivência em sociedade apresenta limites que necessitam, por vezes, de um entendimento embasado na assimilação e distinção de processos conceituais, como, por exemplo, interpretação gráfica e compreensão da linguagem verbal e não verbal. Prova disso são as constantes apresentações gráficas exibidas pelos jornais e, até mesmo pelo Governo, caracterizando, muitas das vezes, propostas e medidas que afetam, direta ou indiretamente, a sociedade.    Outrossim, é preciso considerar que essa situação dificulta a modificação de estruturas desiguais. Nesse sentido, para o filósofo Antonio Gramsci, a revolução e a quebra de uma estrutura hierárquica ocorreria, à medida que os indivíduos detentores do conhecimento conseguissem se desvencilhar de processos alienadores. No entanto, atualmente, a ideia do filósofo encontraria dificuldades no Brasil, tendo em vista que grande parte dos universitários, que, teoricamente, estariam em processo de assimilação de conhecimento, não possuem capacidade de distinguir um simples texto. A evidência desse situação está nos dados propostos pelo Indicador de Analfabetismo Funcional (INAF), dentre os quais é demonstrado que 38% dos estudantes universitários não dominam atividades básicas de leitura e escrita. Logo, se não houver modificações, as dinâmicas tendem a permanecer.    Urge, portanto, a proeminência de medidas para esse revés. Dessarte, cabe à escola e às ONGs, em parceria, potencializar, mediante discussões, palestras e projetos de leitura, a capacidade de compreensão de textos verbais e não verbais, jornalísticos e poéticos, a fim de que haja uma maior capacidade, por parte dos indivíduos, de assimilação das dinâmicas que constituem esses escritos. Ademais, compete à mídia cumprir com a sua função social e, por meio de programas, filmes e novelas, levar conteúdos que enriqueçam a capacidade compreensiva da proposta que norteia determinado programa. Somente assim, haverá a plenitude de uma vivência interpessoal abrangente.