Materiais:
Enviada em: 09/08/2018

Em plena era da globalização e da informação, três em cada dez brasileiros são analfabetos funcionais, de acordo com o Indicador do Alfabetismo Funcional (INAF). Mostrando que cerca de 38 milhões de pessoas "vivem no escuro", com uma formação mal qualificada, o que desfavorece o desenvolvimento do seu senso crítico. Assim, o que se resolveria com políticas públicas eficientes, se agrava justamente pelo fracasso dessas já citadas. Um ensino básico deficiente, no qual o aluno é apenas um número que deve passar, mesmo não estando preparado. Assim se definiria o modelo de educação pública brasileira? Infelizmente, sim. O Instituto Paulo Montenegro (IPM) divulgou dados mostrando que 38% dos estudantes do ensino superior não dominam habilidades básicas de leitura e escrita. Um índice preocupante se tratando de um país com dimensões continentais. O indivíduo que chega à faculdade com dificuldades rudimentares como interpretação, acaba se tornando um refém do sistema. Afinal, esse problema se torna um obstáculo para a formação do seu senso crítico, além de limita-lo dentro da sua vida profissional. Continuando como um algarismo neste efeito manada. Desta forma, a complexidade do tema proposto habita suas possíveis soluções. Não se trata de uma proposta de intervenção antecipada, mas sim de um impasse: o possível vetor de tal problema se encontra na instituição que deveria prevê-lo e erradica-lo. Sim, trata-se do estado. Políticas públicas falhas que parecem "esquecer" de certas regiões, provocam e agravam tal cenário. Levando um ensino básico desqualificado e projetos que dizem inserir o EJA (Ensino de Jovens e Adultos) em regiões estratégicas, mas, na verdade, servem de fachada para algum processo de corrupção. Assim, um ciclo é formado, no qual uma educação de qualidade que proporcionaria ao cidadão um senso crítico importante para a construção de um país mais consciente, é restrita e limitada por aqueles que desejam continuar em uma posição de superioridade. Portanto, pode-se perceber que mudar o atual quadro da educação brasileira é um processo complexo, mas não impossível. Para isso, um conjunto de ações deve ser implantado parar melhorar a qualidade do ensino. Melhorias nas condições de trabalho dos professores, na estrutura das escolas, e o oferecimento de cursos extracurriculares para que o aluno tenha uma formação completa, sem excluir disciplinas como Filosofia e Sociologia quem integram o senso crítico ao indivíduo. Tais medidas devem ser oferecidas a qualquer tipo de cidadão, da criança ao idoso. E o Ministério da Educação deve priorizar essas metas, ficando atento a possíveis desvios de verba que podem acontecer dentro do sistema. Com as eleições se aproximando, candidatos que deem ênfase ao tema e que possam mudar os interesses do atual governo quanto ao tema, devem ser analisados. Quem sabe, assim, aos poucos, o Brasil consiga reverter essa triste realidade.