Materiais:
Enviada em: 13/08/2018

UM OBSTÁCULO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA         O ato de interpretar textos curtos e simples pode não ser problema para alguns, mas para uma grande parcela da população brasileira, é um impasse alarmante. O analfabetismo funcional consegue se fortalecer devido à escassez de melhorias no sistema público de ensino, perpetuando-se, assim, através dos anos. Diante disso, a busca por soluções rápidas e eficazes divide espaço com a análise de falhas que porventura estejam agravando a situação - a preferência por quantidade em detrimento da qualidade, por exemplo.       Ademais, embora se trate de um problema contínuo, há uma enorme indiferença dos dirigentes para com os prejudicados. A partir da adulteração de notas, da falta de acompanhamento e de meios adequados de ensino, oculta-se uma dura realidade, onde crianças e adultos alcançam níveis altos de escolaridade, mas são incapazes de lidar com interpretações e cálculos matemáticos triviais. As consequências não são nítidas, porém apercebem-se por meio da falta de mão de obra especializada, carência de profissionais dinâmicos, desenvoltos, menosprezo com livros literários, entre outros. Há, inclusive, uma certa contestação em admitir-se analfabeto funcional, sendo esse tão somente o resultado de um Estado falido e sem prioridades.        Devido, majoritariamente, à precariedade das instituições de ensino públicas, ocorre a gênese do desinteresse e não reconhecimento do aluno com o ambiente escolar. A incapacidade de aplicar os conhecimentos adquiridos em adversidades do dia a dia cria, inevitavelmente, a ideia de que não há porquê investir esforços na educação pessoal. Uma vez negligenciado o acesso à educação, mesmo sendo um direito garantido, sucede-se, no indivíduo, o comprometimento do desenvolvimento pessoal e social. Esse abandono, aliado à deturpação de informações acerca do real estado educacional dos estudantes, impedem que uma solução certeira seja formulada.        Portanto, é preciso reformular e aprimorar os programas de incentivo à alfabetização, visando não somente aumentar o número de "alfabetizados", mas verificar a escala de alfabetismo desses alunos, que pode ser medida por meio do INAF (Indicador de Alfabetismo Funcional), para que se leve em conta a qualidade da educação. Por esse viés, também se faz necessário um maior investimento em educação e assistência social, a partir da injeção de verbas públicas no MEC (Ministério da Educação) e MDS (Ministério do Desenvolvimento Social). Além disso, com o intuito de dar visibilidade à dificuldade dessas pessoas e através de meios de comunicação, é imprescindível findar com o preconceito em torno dos analfabetos em geral, para que esse antigo problema não acometa similarmente as futuras gerações.