Materiais:
Enviada em: 03/09/2018

Ler, reler, mas nada absorver. O panorama da sociedade brasileira pode ser descrito por essa frase. Incapacidade de compreensão de pequenos textos, inabilidade para resolver problemas matemáticos, limitações como as apontadas caracterizam o analfabeto funcional. Esse impasse pode ser oriundo por políticas públicas ineficazes, ou ainda pela ausência de diálogo entre instituições educacionais e âmbito familiar.       Partindo dessa percepção, de acordo com uma pesquisa realizada pela revista fórum, cerca de 49 % dos maiores de 60 anos são analfabetos funcionais. A pobreza é fator determinante para essa alta incidência na população idosa, com a ausência de recursos, tem-se a necessidade de ingressar no trabalho ainda na infância, o que compromete a vida escolar e, consequentemente, o futuro dessa criança. É importante ressaltar que o Nordeste, caracterizado justamente pelo elevado nível de pobreza, é a região que detém a maior proporção de pessoas com essa disfunção. Com isso, a ineficácia de políticas públicas que foquem nas melhores condições de vida para a população propicia a perpetuação do impasse.       Outrossim, a falta de comunicação entre pais e escola corroboram para o agravamento da questão. O ensino fundamental menor é fundamental para avaliar o rendimento e detectar possíveis dificuldades de aprendizagem do menor, inclusive, é o que faz a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) ao avaliar o nível de alfabetização de crianças de até 8 anos. O empecilho consiste no que muitos acreditam ser obrigação da escola: o letramento. Com a ausência de acompanhamento e estímulo no lar, a aprendizagem torna-se cada vez mais comprometida, o que origina problemas futuros graves. É relevante frizar que essa limitação acarreta no comprometimento profissional e na tomada de decisões , uma vez que alguém que não consegue compreender um simples texto, tampouco saberá escolher bem seu representante político, por exemplo.      É necessário, portanto, que o Estado atue com políticas públicas que visem a melhoria de condições de vida daqueles que vivem em situações degradantes, a fim de que crianças se dediquem apenas à escola e tenham uma alfabetização de qualidade, tornando-se adultos, idosos letrados e com autonomia. Além disso, escola e família devem trabalhar aliados em prol do letramento efetivo, instituições educacionais devem incitar leitura, projetos interdisciplinares e pais devem estar presente na realização dos feitos, a fim de que não haja negligência na capacitação infantil e a formação de um adulto convicto e coeso seja uma realidade.