Materiais:
Enviada em: 28/08/2018

Catálise social           Em seus estudos, o sociólogo alemão Max Weber defende que o processo de entendimento da realidade social seria possível por meio da interpretação das ações dos indivíduos. Sob essa ótica, a questão do analfabetismo funcional no Brasil exige uma discussão mais ampla, haja vista que a problemática persiste intimamente relacionada à conjuntura social do país, fruto da inobservância governamental e da falta de participação familiar. Nessa perspectiva, é cabível analisar os principais efeitos de tais fatores para a sociedade.           Em primeiro plano, destaca-se a ineficiência governamental como fator determinante para a permanência do problema. Isso ocorre por conta dos escassos recursos destinados à educação primária e secundária, uma vez que em grande parte das escolas públicas ainda há carência de professores de Literatura e de bibliotecas. Sendo assim, tal cenário rompe com o artigo 6º da Carta Magna, o qual afirma ser dever da União garantir educação de qualidade aos indivíduos. Como efeito, a formação de estudantes incapazes de compreender textos simples aumentou de forma alarmante.             Outrossim, cabe ressaltar que a família contribui negativamente para o impasse. Tal fato decorre porque, em um contexto capitalista, os pais dedicam grande parte do tempo no trabalho e, por conseguinte, deixam de incentivar os filhos a desenvolverem o hábito de ler. Somado a isso, a influência da internet também colabora decisivamente para aumentar as taxas de analfabetos funcionais, visto que a rede virtual favorece a repetição de ideias em detrimento da compreensão, principalmente, nas redes sociais. Nesse sentido, segundo pesquisas, cerca de 70% dos brasileiros apresentam alguma dificuldade em interpretar textos, fato que preocupa profissionais da educação.          Destarte, é necessária a intervenção do Estado e da família para que tais desafios sejam minimizados. Para tanto, é imperativo que o Governo Federal direcione uma parcela maior dos impostos arrecadados que, por intermédio do Ministério da Educação, será revestido na criação de um programa de educação nacional que priorize, principalmente, o incentivo à leitura proficiente, por meio do aumento do número de professores de Literatura e de aulas dinâmicas como debates literários para, assim, disseminar o hábito da leitura. Ademais, os pais devem destinar uma parcela de tempo maior no processo pedagógico dos filhos, por meio do incentivo à leitura regular e do controle do tempo que os filhos passam usando internet para, dessa forma, diminuir as taxas de analfabetismo funcional. Assim, Estado e família poderão atuar como catalisadores, contribuindo para aumentar a velocidade  da reação de social de combate a problemática.