Temática Kantiana Na contramão da constante diminuição do analfabetismo absoluto no Brasil desde o início do século XXI, o analfabetismo funcional tem atingido um contingente cada vez maior de brasileiros. Observado por um prisma estritamente educacional, esse severo aumento evidencia a pouca relevância atribuída pelo governo nacional à educação, que, segundo o filósofo moderno Immanuel Kant, é responsável por “fazer” o indivíduo. A priori, pode-se destacar a atual situação do sistema público de ensino como um dos principais fatores para a defasagem educacional adquirida por grande parte dos brasileiros. Esse grande grupo intelectualmente defasados, referidos como “analfabetos funcionais”, configuram como uma parcela da população que, além de enfrentar problemas de compreensão linguística e matemática, também encara a ausência de base para posicionamento político, haja vista a falta de ensinamento político nas escolas, que não instiga, consequentemente, esse tipo de pensamento nos acadêmicos. Em segundo plano, é válida a relação entre a alta taxa de funcionalmente analfabetizados – 20,3 %, segundo recente pesquisa Ibope – e a crescente alienação política na sociedade verde-amarela. Esse último fator, resultante da precariedade no ensino político e seu consequente posicionamento, serve para o Estado como ferramenta de manipulação das grandes massas populacionais, uma vez que, não obtendo conhecimento político básico, uma população passa a ser facilmente enganada pelos seus líderes políticos. Sendo assim, os caminhos para uma alfabetização correta passam por um viés educacional e político. Esse, deve passar pela ação do Estado realizando incentivos, por meio de propagandas em meios midiáticos, ao pensamento político da população, possibilitando-se, dessa maneira, a busca por melhorias, inclusive educacionais, por parte dessa. Quanto ao viés educacional, cabe ao Ministério da Educação proporcionar, por meio de investimentos nos educadores e na forma de ensino como um todo, melhorias na educação pública, para que, retomando o argumento de Kant, o indivíduo seja constituído de aspectos originados de uma boa educação.