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Enviada em: 28/10/2018

Consoante a Constituição Federal de 1988, o acesso democrático e irrestrito à educação é um dos direitos básicos do cidadão. Todavia, embora seja assegurado por lei, na realidade, o que se observa é que, mesmo com a alta taxa de escolarização, a capacidade factual dos jovens e adolescentes de interpretação de fatos e de opiniões após a conclusão do Ensino Médio é, sobejamente, restrita, tornando-se indispensável a tomada de medidas que resolvam o contratempo do analfabetismo funcional no Brasil.     Primordialmente, é indubitável que a má formação escolar esteja entre as causas do problema. Assim, de acordo com dados divulgados pelo IBGE, em 2016, 8 em cada 10 jovens que concluíram o Ensino Médio em escolas públicas não aprenderam o básico da Língua Portuguesa durante a formação escolar. Isso se evidencia, a posteriori, no elevado índice de analfabetos funcionais no Brasil, ou seja, de pessoas que conseguem ler parcialmente as informações, mas que possuem a capacidade de interpretação demasiadamente restrita. Conseguintemente, ao não entenderem integralmente o que leem, elas possuem sua formação cidadã cerceada, pois inviabiliza-se o debate e o posicionamento de ideais: pilares da democracia hodierna.     Outrossim, é incontrovertível que a problemática está longe de ser resolvida. Segundo o ativista sul-africano Nelson Mandela, ‘‘ a educação é a maior arma que o ser humano possui para mudar o mundo’’. De maneira refratária, constata-se que a falta de perspectiva, de grande parte dos jovens brasileiros, tangente aos caminhos propiciados pela educação para a formação profissional e cidadã contribui, de maneira exacerbada, para o analfabetismo funcional. Isso ocorre, principalmente, devido ao comprometimento do estudo desde o Ensino Básico, a título de exemplo, pela exploração do trabalho infantil ainda intrínseco à sociedade brasileira. Dessa forma, pela falta de tempo destinado aos estudos, os cidadãos possuem sua visão epistemológica, bem como sua capacidade de interpretação, demasiadamente limitadas, contribuindo para o analfabetismo funcional no Brasil e para a exclusão social destes, em decorrência da não garantia de seus direitos.   Destarte é evidente que medidas são necessárias para mitigar o impasse. Logo, com o intuito de garantir a formação escolar adequada, urge que o MEC, por meio de uma atuação conjunta com as ONGs e profissionais especializados no assunto, divulgue nas escolas os caminhos que o estudo permite aos cidadãos. Isso deve ser feito a partir de palestras ministradas por professores que ampliem a visão epistemológica e a viabilidade da educação como pilar para o cidadão contemporâneo.