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Enviada em: 19/10/2018

O analfabeto funcional reconhece os números e as letras, lê frases curtas e isoladas, porém a sua capacidade de interpretação, compreensão e elaboração de textos e cálculos elaborados, é bastante limitada. Embora a educação seja um direito de todos os cidadãos brasileiros, como estabelece a Constituição de 1988, vigente na modernidade, essa não é valorizada pelo Estado. No entanto, a falta de investimento na educação e a correspondente autonomia dos analfabetos funcionais desafiam a problemática.   Em primeiro lugar, a falta de investimento implica um número alarmante de analfabetos funcionais no país. Todavia, a oferta de cursos precários e inflexíveis para o cotidiano do estudante, a inexistência de vagas e escolas adequadas para a alfabetização de adultos, e a carência de uma metodologia própria para este tipo de ensino, além de professores especializados, fomentam a evasão escolar e o desinteresse pela educação. Segundo o economista Sir Arthur Lewis, “Educação nunca foi despesa. Sempre foi investimento com retorno garantido”, nesse sentido, somente a partir do investimento na educação que será possível combater o analfabetismo funcional.   Outrossim, essa situação compromete a autonomia de boa parte da população. De acordo com dados do Indicador do Alfabetismo Nacional (INAF), cerca de 38 milhões de brasileiros são analfabetos funcionais. Entretanto, tarefas rotineiras como ler a placa do ônibus, fazer as compras no supermercado, seguir uma receita ou tirar a carteira de motorista, tornam-se obstáculos para a independência do cidadão, que fica à mercê do apoio de terceiros, e uma ameaça à sua cidadania já que os seus direitos básicos, como a educação e a liberdade de expressão, são restritos. Dessa maneira, os analfabetos funcionais são excluídos socialmente, frequentemente alvos do desemprego e de golpes financeiros.   Em suma, medidas são necessárias para diminuir o analfabetismo funcional no Brasil. Para isso, o Estado, com apoio de ONGs, deve investir na construção de escolas para adultos e idosos, por intermédio de um programa de incentivo à luta contra o analfabetismo, com uma nova metodologia de ensino que seja atraente ao público e recursos adequados para a aprendizagem dos estudantes, ampliação no número de vagas, além da capacitação dos professores ao novo método e horários de aulas flexíveis, a fim de garantir o direito de acesso à educação a todos os cidadãos que desejam ter mais autonomia e percebem o impacto da alfabetização em suas vidas.  Como citou Aristóteles, "A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces".