Materiais:
Enviada em: 03/10/2018

Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu,a violência não se restringe apenas no embate físico,mas também pela persistência de impasses sociais,que agridem simbolicamente um indivíduo em seletos ambientes.Tal fato verifica-se claramente no contexto do analfabetismo funcional,haja vista a ausência de continuidade nas políticas educacionais e,ainda,a secundarização daquele com dificuldade de interpretação de textos e de escrita.Dessa forma,é válido analisar as alternativas para reduzir o analfabetismo funcional no Brasil.    Apesar dos avanços no combate ao iletramento funcional,como a Prova Brasil,ainda persevera esse óbice alfabético no país.Consoante ao estudo do Instituto Paulo Montenegro - IPM - a sociedade brasileira tem 27% de analfabetos funcionais entre 15 e 64 anos.Semelhante panorama tem sustentação na falta de atrativos nas escolas e creches,bem como nas metas de redução do analfabetismo funcional fracassadas,as quais,muitas vezes,são embasadas sob projetos com muito estardalhaço político e pouquíssima continuidade e avaliação,por meio de índices efetivos.   Ainda,vale destacar o quão a evolução do iletramento utilitário oprime simbolicamente o indivíduo,já que este não se vê apto para amainar ou alterar seu déficit,pondo-se como incapaz.Nessa lógica,pelo fato de não haver clareza acerca dos benefícios da escolaridade aos jovens,estes se secundarizam diante da própria dificuldade.Além disso,mesmo àqueles que já estão presentes no mercado de trabalho e percebem a importância do estudo para a vida profissional,desencantam-se quando regressam ao ensino para adultos.Outrossim,a cristalização do preconceito sutil sobre analfabetos funcionais somente os vitimiza mais ainda,dificultando,portanto,o desenvolvimento individual.   Dessarte,para suprimir o analfabetismo funcional e avançar contra esse obstáculo social,cabe aos governos de estados e municípios priorizar projetos já lançados pelo MEC - Ministério da Educação -,como o Mais Alfabetização,dando maior amplitude e autonomia às escolas para desenvolver de forma absoluta o sistema alfabético da escrita e da leitura a jovens e a adultos,concedendo maior atratividade aos alunos.Para tal,é preciso investimento em tecnologia,por meio da distribuição de computadores às redes de ensino e de acompanhamento psicológico para mostrar que qualquer indivíduo tem capacidade para se tornar alfabetizado na língua portuguesa,evitando a evasão e a desistência.