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Enviada em: 01/10/2018

A Constituição Brasileira de 1988, promulgada após amplo movimento de redemocratização do país, procurou introduzir inovações e compromissos, como destaque para a universalização da educação e erradicação do analfabetismo. Entretanto, observa-se hodiernamente um grande deficit educacional no Brasil. Desse modo não há duvidas de que o analfabetismo funcional é um desafio para o país, o qual ocorre não somente pela defasagem da qualidade no ensino inicial, mas também pelo vigente sistema educacional arcaico.   Em primeira análise, deve-se pontuar que os primeiros anos educacionais são determinantes para o desenvolvimento intelectual de um indivíduo. É nesse período que a criança aprende a ler e escrever, calcular e exercer o raciocínio lógico, e quando há uma defasagem nessa fase, ocorre um acúmulo de problemas e deficiências que são carregadas para os anos escolares conseguintes e para vida futura do indivíduo. No entanto, apesar da extrema importância desses anos iniciais, pesquisas realizadas pelo INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas - apontam que o domínio pleno da leitura por estudantes do ensino fundamental é de apenas 20%. Logo, é extremante necessário que medidas sejam tomadas para combater esse deficit e melhorar essa situação.   Em segunda análise, evidencia-se o problema anacrônico do sistema educacional brasileiro, pois a falta de inovação e adequação do método de ensino às novas gerações, desmotiva e desestimula o interesse do jovem à obtenção do conhecimento. Parafraseando o filósofo e professor Mario Cortella, é preciso que haja uma gestão de conhecimento que se adeque ao cenário atual. As escolas devem atualizar seus métodos ao século XXI e selecionar as informações que serão passadas ao alunos de forma mais pertinente e pragmática para o mundo atual, de tal forma que ocorra uma maior identificação do jovem com o conteúdo abordado e assim um maior engajamento e participação deste na vida escolar.   Urge, portanto, que o Estado e as instituições de ensino cooperem para solucionar o problema. Cabe ao Ministério da Educação, promover a capacitação de qualidade dos professores que lecionam nos anos inicias do processo escolar, por meio de cursos de especialização no ensino a crianças dessa faixa etária, objetivando a otimização dos profissionais para este fim e o aumento da qualidade do ensino. Ademais, é imperativo o processo educacional seja atualizado, mediante a reformulação da grade curricular de ensino, feita por especialistas da área que vise a contemplar as necessidades da era atual.