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Enviada em: 16/10/2018

A Constituição Federal de 1988 foi à primeira a garantir para o cidadão analfabeto direito ao voto. Conquanto, quando se observa a necessidade de reduzir o analfabetismo funcional no Brasil, verifica-se que a garantia na participação eleitoral surgiu apenas com a finalidade de aumentar o número de votos, mas não assegurou o desenvolvimento da sociedade. Nesse sentido, convêm analisar as principais causas desse problema.             A princípio, é indubitável que a questão governamental esteja entre as causas do problema. Segundo Aristóteles no livro Ética a Nicômaco, a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos. No entanto, isso não é firmado quando se fala em escolaridade, visto que poucos tem acesso a à educação de qualidade pois a democratização na educação surgiu apenas na década de 90. De acordo com pesquisas, 4% dos universitários são analfabetos funcionais. Isso mostra que mesmo as pessoas conseguindo ingressar no ensino superior, ainda possuem um grau de deficiência muito grande na interpretação de textos simples e raciocínio lógico matemático básico.       Em seguida, destaca-se o modo de ensino ultrapassado como impulsionador do problema. De acordo com Paulo Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia, o papel da escola não é simplesmente depositar o conhecimento na mente do indivíduo. Segundo essa linha de pensamento, é claro na sociedade contemporânea que grande parte das instituições de ensino estão preocupadas em fixar um conteúdo no aluno de modo que ele faça uma prova e de números a este colégio para que ele ganhe nome e fique famoso. Afinal, Marx já afirmava que o capitalismo priorizava lucros em detrimento de valores.       Fica claro, assim, que a necessidade de se buscar resolver o empasse do analfabetismo vai da negligência do poder público à ineficácia do modo de ensino. Desse modo, urge que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) ofereça uma educação de qualidade no ensino básico, por meio de capacitação dos profissionais pedagogos, oferecendo-lhes cursos presenciais e "online" para aqueles que estão ingressando na área. Espera-se com isso, amenizar a longo prazo o número de analfabetos funcionais no Brasil.