Materiais:
Enviada em: 19/10/2018

Em todo o mundo, a modernização das sociedades, o desenvolvimento tecnológico, a ampliação da participação social e política colocam demandas cada vez maiores com relação às habilidades de leitura e escrita. A questão não é mais apenas saber se as pessoas conseguem ou não ler e escrever, mas também o que elas são capazes de fazer com essas habilidades. Isso quer dizer que, além da preocupação com o analfabetismo, emerge a preocupação com o alfabetismo, ou seja, com as capacidades e usos efetivos da leitura e escrita nas diferentes esferas da vida social. Nesse contexto, vê-se que o analfabetismo funcional é fruto de um ensino vexatório e tem consequências diretas no desenvolvimento do país.        Em primeira análise, cabe pontuar que muitos brasileiros têm dificuldade de entender e se expressar por meio de letras e números em situações cotidianas, como identificar as principais informações em um cartaz de vacinação ou fazer contas de uma pequena compra. Comprova-se isso por meio do Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), que segundo os dados, apenas 8% da população brasileira entre 15 e 64 anos é plenamente capaz de entender e se expressar corretamente. Dessa forma, vê-se que o analfabeto funcional tem limitações que prejudicam a sua inserção no mercado de trabalho e em outras esferas.        Ademais, convém frisar que uma das maiores causas do analfabetismo funcional é a qualidade do ensino. No Brasil, nota-se uma maior importância da quantidade em detrimento da qualidade. A progressão continuada, que muitos chamam de aprovação automática, acaba por perpetuar a formação de alunos que terminam seus estudos sem adquirir os conhecimentos necessários. Uma prova disso é que o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2017 mostrou que ao final do ensino médio, sete a cada dez estudantes não aprendem nem mesmo o considerado básico em português e matemática.        Portanto, medidas são necessárias para atenuar essa problemática. É imprescindível que o Governo invista na estruturação das escolas, reconhecendo que os resultados da escolarização, em termos de aprendizagem, ainda são insuficientes e que um eixo norteador para a melhoria pedagógica na educação básica deve ser o aprimoramento do trabalho sobre a leitura e a escrita. Além disso, é essencial que todos os professores ajam sistemática e intensivamente, no sentido de desenvolver nos alunos hábitos e procedimentos de leitura para estudo, lazer e informação, assim como proporcionar o acesso e a manipulação das fontes: bibliotecas com bons acervos de livros, revistas e jornais, computador e internet.