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Enviada em: 21/10/2018

Segundo o filósofo chinês, Confúcio, ''a essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído''. Tal aforismo também se aplica na realidade brasileira quando o assunto é analfabetismo funcional, afinal parte da população é incapaz de compreender o que é lido. Nesse sentido, a falta de orientação da família somada à negligência do Estado contribuem fortemente para o agravamento dessa demanda social.    Em primeira análise, os pais são responsáveis pela educação das crianças, o que inclui acompanhá-las no desenvolvimento escolar. Eles, entretanto, são movidos por uma cultura imediatista a qual se valoriza uma aparente evolução na grade curricular, mesmo que de maneira inconsistente. Isso é explicado por Zygmunt Bauman quando ele diz que a liquidez atingiu valores, ou seja, graças à cultura imediatista, as pessoas têm acesso à informação, contudo não têm acesso à formação. Desse modo, a ausência dos pais no incentivo à ''sede por conhecimento'' torna o estudante um analfabeto funcional, se a importância de apenas decodificar frases e denominá-lo alfabetizado for maior que torná-lo apto a aplicar verdadeiramente o conhecimento.    Outrossim, o descaso do poder público com a educação torna-se mais um obstáculo para reduzir o analfabetismo funcional. essa negligência contraria o contrato firmado com a Declaração Universal dos Direitos Humanos cujo em seu artigo 26º garante o direito á educação, sobretudo ao ensino básico de qualidade. Prova disso é que com base no jornal Estadão, mais de 40% da população brasileira não lê, sendo que essa prática desenvolve-se a partir da formação educacional. Nota-se, dessa forma, que a maioria das ações adotadas pelo Estado não busca a oferta de ensino e escolarização, mas sim a chance de obter uma certificação vazia, refletindo não raramente em profissionais acadêmicos incapazes de fazer operações matemáticas ou de interpretar e produzir textos.    Destarte, entre as alternativas para reduzir o analfabetismo funcional no país, cabe aos profissionais pedagógicos mobilizarem a sociedade ao aprendizado efetivo, por meio de campanhas nas comunidades com aulas voluntárias, a fim de despertar jovens e crianças ao prazer pela leitura, educando-os desde cedo a habituarem aplicar os conhecimentos. Ademais, é dever do poder Executivo qualificar a educação de base, por meio da contratação de pessoas experientes e concursadas em cargos educacionais, objetivando atender às necessidades específicas de cada escola, abrindo novas possibilidades de aprendizado por educadores atualizados.