Materiais:
Enviada em: 24/10/2018

De acordo com o filósofo Emanuel Kant, o esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, o qual alcança a capacidade de fazer uso do seu próprio entendimento sem a direção de outros indivíduos. Entretanto, uma parcela da sociedade não dispõem de certa complexidade para atingir a maioridade kantiana, tendo em vista o deplorável quadro de analfabetismo no Brasil que necessita de transformações. Assim, discutir as vertentes que englobam essa realidade torna-se imprescindível.        Em uma primeira análise, é valido ressaltar que a alfabetização caracteriza-se como um dos pilares para o desenvolvimento humano e social. Nesse contexto, em consonância com o filósofo Schopenhauer, os limites do campo de visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo. Sob esse prisma, é factível que o alfabetismo contribui indubitavelmente para uma maior flexibilidade do sujeito em entender o contexto em que esta inserido, tendo em vista que, por meio da leitura e escrita o indivíduo apresenta melhores condições para procurar informações, conhecimento e o esclarecimento sobre seus direitos e deveres. Dessa maneira, indiscutivelmente percebe-se o quanto o alfabetismo potencializa a capacidade de compreensão do mundo, e consequentemente a construção das bases intelectuais da população para viver em sociedade.       Deve-se pontuar, entretanto, que o analfabetismo reforça uma realidade desigual no país. Dessa forma, parafraseando o filósofo Aristóteles, as políticas sociais devem ser usadas de modo que, por meio dos direitos inalienáveis, como a educação, o equilíbrio seja alcançado. Contudo, a inaceitável deficiência do ensino educacional, com escolas distantes das comunidades, falta de investimentos em estruturas adequadas, principalmente em regiões mais carentes, assim como a limitação de programas que preparem os professores para a realidade das comunidades fragilizadas, repercute em um tecido social desequilibrado no amparo ao letramento dos indivíduos. Essa realidade pode ser corroborada no levantamento feito pelo IBGE, em que o Brasil ainda tem mais de 11 milhões de analfabetos.      É imperioso, portanto, medidas sinérgicas no embate a essa conjuntura. Primeiramente, cabe as Secretarias Municipais, juntamente com o Ministério da Educação, priorizar a estruturação de novos espaços de ensino, principalmente nas regiões mais carentes, bem como a contratação de pessoas experientes e concursadas em cargos educacionais, objetivando atender as necessidades especificas de cada escola. Acrescido a isso, passa a ser função dos profissionais pedagogos, em paralelo com projetos governamentais mobilizarem a sociedade ao aprendizado efetivo, por intermédio de campanhas nas comunidades com aulas voluntárias, com o intuito de instruir jovens e adultos analfabetos ao conhecimento da escrita e  da leitura.