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Enviada em: 20/10/2018

O analfabetismo funcional no Brasil é um problema crônico. Durkheim define a sociedade como um organismo biológico, cuja parte em disfunção ocasiona o colapso do sistema inteiro. Tal afirmação reflete à incapacidade de interpretar textos por grande parte da população, ainda que não sejam analfabetas, freiando o desenvolvimento do país. Ademais, o Artigo 6° da Constituição afirma que todo cidadão tem direito à educação, porém, há um descompasso entre a lei e sua eficácia. Faz-se necessário analisar, portanto, a mobilização do Estado e de seus Ministérios acerca dessa questão.      Na Idade Média, saber ler e escrever era um privilégio de poucos e um feito extremamente valorizado, tanto que as pessoas gostavam de ser representadas nas pinturas segurando um livro, simbolizando que eram alfabetizadas. Entretanto, essa prática foi perdendo o valor e, hodiernamente, as pessoas estão cada vez mais alienadas, pois, mesmo que algumas saibam ler e escrever, há uma enorme dificuldade em produzir e interpretar textos, gerando um retrocesso econômico e social, pela escassez de empregos e oportunidades de inclusão social para tais.       Dessarte, uma boa educação é fulcral para formar indivíduos críticos e, assim, contribuir para o desenvolvimento do país, pois, como proferido por Paulo Freire, "se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda". Contudo, o ensino no Brasil é precário e desigual, sendo a qualidade proporcional à renda do aluno, fato que contribui para a formação de profissionais desqualificados e sem pensamento crítico, visto que não receberam as instruções básicas adequadas.    Em última análise, é imprescindível que o Estado incentive a valorização da leitura e sua compreensão, por meio de leis permitam a conclusão escolar apenas de pessoas alfabetizadas que demonstrem boa capacidade de interpretação, a fim de promover a inalienação popular e, consequentemente, o desenvolvimento do país. Outrossim, o MEC, Ministério da Educação, deve investir mais no ensino primário, mediante à capacitação de professores que irão desenvolver habilidades críticas e interpretativas nos alunos, garantindo a formação de pessoas qualificadas para o mercado de trabalho. Indubitavelmente, se a sociedade se unir e tais providências forem tomadas, essa problemática será, ao menos, amenizada.