Materiais:
Enviada em: 22/10/2018

O sociólogo Émile Durkheim ao conceituar o fato social mostra que a sociedade apresenta-se como uma engrenagem social, haja vista a necessidade de que todas as personagens estejam em consonância para seu perfeito funcionamento. Dessa forma, atribui-se o conceito de anomia quando um indivíduo não desempenha o papel a eles concedidos. Na dinâmica pós-moderna, a anomia é conferida às instituições educacionais devido ao analfabetismo funcional, uma vez que os aspectos que o sustentam são a descriminação e exclusão. Assim, a reflexão e análise sobre o índice de analfabetos funcionais é uma forma de estabelecer uma nova engrenagem para erradicar o analfabetismo.      Em primeiro plano, vale conceitualizar o analfabetismo funcional como a incapacidade de interpretar textos e cálculos matemáticos. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, publicada em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o analfabetismo funcional alcança 13 milhões de brasileiros acima de 15 anos, o que corresponde a 8,3% da população encontrada em todas as regiões nacionais. Destaca-se, assim, o primeiro fato causador relacionado ao acesso à educação qualificada ser restrito às classes altas da hierarquia social e o método de aprendizagem do ensino básico ser constituído pelo tradicionalismo, o qual instrui os alunos, desde criança, a mecanizar a leitura e a escrita. Tal mecanização é formada a partir da ausência de estratégia pedagógica em estabelecer decifração do texto baseada pelo contexto e não, pela acepção.    Para ilustrar, a banda Pink Floyd, explicita em seu clipe Another Brick in the Wall, a engrenagem social aplicada nas escolas, a qual forma indivíduos incapacitados de usar suas funções cerebrais para racionalizar e julgar as imposições aplicadas a eles. Ademais, apesar do clipe musical ter sido lançado em 1979, há semelhanças com o ensino atual brasileiro, como quando todos os alunos repetem o que está escrito no quadro como forma de aprendizagem de leitura. Na geração da Revolução-Informacional, as ferramentas digitais deveriam ser exploradas como método de aprendizado pelos nativos digitais, associando-se assim, a realidade do aluno ao campo educacional.    Urge, portanto, a necessidade da inclusão social no Brasil como uma nova engrenagem para erradicar o analfabetismo funcional, possibilitada assim, pela atribuição da educação a distância, a partir de políticas públicas do Ministério da Educação (MEC) nas escolas, que promove a modernização do sistema educacional ao explorar os diversos recursos da tecnologia. Dessa maneira, os alunos não adequados ao método convencional obtém a oportunidade de formação completa acadêmica e digital. Ainda, o MEC deveria proporcionar cursos especializados em novos métodos de ensino para os professores da rede pública nacional, a fim de inovar o hábito de leitura por todo o ciclo acadêmico.