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Enviada em: 25/10/2018

Com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, as primeiras universidades brasileiras foram construídas. Entretanto, o acesso às instituições era limitado aos portugueses e seus aliados, o que excluiu a maior parte da população que residia no país. Na atual conjuntura política da nação, a péssima qualidade do ensino está diretamente ligada ao elevado número de analfabetos funcionais. Isso se deve, principalmente, às falhas da educação de base e ao descaso estatal.        Em uma primeira análise, a escassez de uma educação de base bem estruturada, compreendendo a pré-escola e a alfabetização, é um empecilho para atenuar os casos de analfabetismo funcional no Brasil. Isso porque, sem uma alfabetização eficaz na infância, o indivíduo apresenta dificuldade em todo o seu desenvolvimento, tendo em vista que a leitura, a interpretação e a produção de textos são de extrema importância para a formação pessoal e profissional do ser humano. Essa realidade pode ser atestada por meio da "Teoria da tábula rasa", do filósofo inglês John Locke, que afirma os humanos são como um quadro em branco que é preenchido por experiências e influências. Nessa perspectiva, a necessidade de promover um ensino de qualidade, desde a base, para os indivíduos, é fundamental para atenuar o analfabetismo funcional. Dessa maneira, é necessária uma mudança nesse panorama.      Outrossim, segundo o escritor brasileiro Simon Schwartzman, o Estado apropria-se de sua função pública para satisfazer interesses privados. Indubitavelmente, o descaso estatal no que se refere à criação de medidas que diminuam o analfabetismo funcional no Brasil está de acordo com a ideia de Simon. Essa conjuntura se estabelece porque o Governo se beneficia da alienação do povo, já que assim é mais fácil se manter no poder - e com isso conquistar seus interesses individuais. Tal cenário exclui a promoção de um ensino de qualidade para a população, o que reafirma os dados do portal G1 - que demonstram que a taxa de pessoas, com ensino superior, que não dominam a leitura e a produção textual é maior que 30%. Dessa forma, é perceptível que as consequências da ineficácia do Estado brasileiro perduram durante toda a vida dos indivíduos e interferem diretamente em sua qualificação profissional, o que torna o analfabetismo funcional um problema nacional.    Urge, portanto, que medidas implementadas para mitigar essa problemática. Nesse sentido, o Estado deve promover uma política pública de fomento ao ensino de base - por meio da capacitação de professores da rede pública e privada - , com a criação de cursos ministrados por doutores em língua portuguesa e cartilhas que possam instruir esse profissionais. Além disso, o currículo escolar deve ser alterado pelo MEC e somente os indivíduos plenamente alfabetizados poderão deixar o ensino fundamental, visando preparar melhor os futuros profissionais e atenuar o analfabetismo funcional.