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Enviada em: 26/10/2018

Segundo Paulo Freire, educador brasileiro, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Nessa lógica, observa-se uma carência educacional na contemporaneidade, uma vez que inúmeros indivíduos são analfabetos funcionais, ou seja, apesar de serem alfabetizados não são capazes de interpretarem textos simples. Logo, a fim de compreender o problema e alcançar melhorias, basta analisar como a educação de base influi nesse cenário e as consequências acarretadas no mercado de trabalho.    Em primeiro lugar, vale ressaltar que segundo o Artigo 205 da Constituição Federal de 1988, é dever do Estado assegurar a todos os cidadãos uma educação de qualidade. Todavia, isso não acontece com efetividade. Isso ocorre, sobretudo, devido à baixa qualidade do ensino básico público oferecido, fator que inviabiliza a plena alfabetização e prejudica a inserção do jovem no mercado de trabalho. Por conseguinte, a ausência de campanhas de incentivo à leitura acentuam o problema, posto que os indivíduos não são estimulados a ler. Para ilustrar, segundo pesquisa do Instituto Paulo Montenegro, apenas 8% da população brasileira entre 15 e 64 anos é plenamente capaz de entender e se expressar corretamente. Isto posto, nota-se que a permanência dessa condição é resultado de uma gestão inepta.   Ainda nessa questão, é fundamental pontuar que, de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações, determinados empregos exigem um nível de formação. Entretanto, as habilidades e competências das pessoas não são compatíveis com o seu nível de escolaridade. Com isso, ao entrar no mercado de trabalho, indivíduos que apresentam analfabetismo funcional enfrentam algumas dificuldades, como redigir um e-mail e acatar instruções de trabalho. Para corroborar, de acordo com o Indicador de Alfabetismo Funcional, 38% dos estudantes do ensino superior não dominam habilidades básicas de leitura e escrita. Assim, percebe-se a partir da frase de Gustave Flaubert, escritor francês, "A vida deve ser uma constante educação", a importância do ensino para reverter esse cenário.   Nesse sentido, ficam evidentes, portanto, os elementos que colaboram com o atual quadro negativo do país. Ao Ministério do Planejamento, cabe priorizar o aperfeiçoamento do ensino básico e criar o Plano Nacional da Educação Para Todos, com o intuito de resolver as falhas do ensino ofertado, mediante um maior repasse de verbas do Ministério da Fazenda, enquanto o Ministério da Educação deve inserir aulas de literatura na grade curricular do ensino básico, com o propósito de fomentar à leitura entre os jovens desde cedo. É imprescindível, também, que as empresas em parceria com o Ministério do Trabalho, invistam na qualificação do profissional, por meio do oferecimento de cursos de leitura e interpretação,com o objetivo de auxiliar na superação das dificuldades do dia-a-dia no trabalho.