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Enviada em: 18/05/2019

O analfabetismo funcional é a condição na qual o indivíduo apresenta dificuldades de extrair informações e de se comunicar por meio de letras e números em situações simples diárias. Com efeito, a grande parcela de analfabetos funcionais no Brasil revela as falhas na educação, ao passo que as novas tecnologias ganham papel importante acerca desse quadro nefasto e embaraçoso. Assim, é necessário analisá-lo para se encontrar alternativas que o mitiguem.    Em primeiro plano, é viável traçar uma relação entre os dados atuais do Índice de Alfabetismo Funcional (Inaf) e aqueles revelados pelo Sistema de Avaliação Básica (Saeb), ambos de 2018. Sob essa perspectiva, 38 milhões de brasileiros são classificados como analfabetos funcionais, enquanto 7 em cada 10 estudantes de ensino médio não alcançaram proficiência em português e matemática. Isso significa que é altíssima a probabilidade de que o presente percentual de analfabetos seja originário de de uma educação básica defasada, cuja perpetuação deslocará esses alunos para o rol daqueles que não conseguem compreender informes explícitos de um texto ou somar a compra do mercado. Dessa forma, a reformulação do método de ensino do país será um caminho relevante para o fim desse ciclo.       De outra parte, o advento das redes sociais pode ser um aliado na redução dessa significativa fatia populacional, mas há alguns perigos inerentes. Nesse sentido, o Inaf constatou que em torno de 80% dos analfabetos funcionais utilizam Facebook e Whatsapp, o que transforma tais ferramentas em potências da reversão das dificuldades enfrentadas por essas pessoas, pois exercitam a escrita e a leitura. Em contrapartida, a torrente de notícias falsas disseminadas pelas mídias sociais torna esse grupo mais suscetível à desinformação devido à falta de senso crítico para conferir a veracidade em fontes jornalísticas confiáveis. Sendo assim, é preciso que o uso da redes virtuais de relacionamento seja estimulado, porém de maneira cautelosa e consciente.       Urgem, portanto, medidas eficazes de alfabetização para jovens e adultos com mudanças no ensino e o aproveitamento pleno das novas tecnologias. Sob esse viés, o Ministério da Educação deve renovar a metodologia pedagógica por meio de discussões com profissionais da área em prol da aplicabilidade das disciplinas escolares no cotidiano. Assim, os estudantes podem sentir-se mais motivados a partir da percepção do sentido real e prático do conteúdo estudado. Quanto à utilização das redes sociais, ONGs em parceria com as prefeituras podem organizar eventos sociais com tendas direcionadas à palestras e distribuição de folders que instruam o usuário a apurar a informação recebida antes de compartilhá-la de modo que evitem a manipulação. Por fim, será possível modificar esses desastrosos indicadores e, consequentemente, a qualidade de vida/autoestima de milhões de brasileiros.